segunda-feira, 29 de junho de 2009

Seleção salvou meu final de semana

A essa altura do Campeonato Brasileiro, ocupando o último lugar e com dois jogos fora para fazer, o que eu vou dizer a respeito do outrora glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. A surra que o time tomou do Goiás em pleno Engenhão (4 a 1) me colocou a nocaute. O clube, como havia previsto em blogs anteriores, está no fundo do poço e – me parece – sem qualquer chance de reagir.

A segunda divisão está à vista e, dessa vez, pelo que percebo, o Botafogo não terá uma espécie de Palmeiras para ajudá-lo a recuperar sua posição entre os 20 da primeira divisão. Uma lástima.

Prefiro escrever sobre a Seleção Brasileira (foto) que conquistou uma vez mais, agora na África do Sul, o título de campeã da Copa das Confederações. É claro que os Estados Unidos não representam um adversário de respeito e tradição. Mas, em razão do andamento da partida, foi uma vitória heróica.

Perdendo de 2 a 0 no primeiro tempo, chegar aos 3 a 2 foi um feito espetacular. Particularmente, fiquei satisfeito que o gol da vitória foi de Lúcio, o capitão do time, um dos que envergam a camisa verde e amarela com maior empenho, coragem, dedicação e amor.

É verdade que o primeiro gol de Luís Fabiano, antes do primeiro minuto do segundo tempo, ajudou muito. Os americanos tomaram um susto e a partir daí o Brasil tomou conta da partida. Quase ao final, eu já estava esperando pela prorrogação – o que já seria um feito – mas Lúcio, após a cobrança de escanteio, foi preciso na cabeçada fatal.
E vejam que o goleiro americano, para surpresa minha, esteve muito bem o tempo todo, inclusive usando de malandragem na bola que entrou e ele enganou juiz e bandeirinha. Os jornais esportivos do mundo devem estar boquiabertos com o surgimento dos pentacampeões mundiais e tricampeões da Confederação.

A vitória sobre os Estados Unidos, da maneira como ocorreu, salvou meu final de semana, que estava liquidado com a goleada que o Botafogo tomou. E agora, o que fazer? Honestamente, não sei. Fico imaginando o jogo do returno, quando o Botafogo terá que ir ao Serra Dourada, carregando em seu currículo o espancamento que tomou em casa.

E digo a vocês, leitores, que de agora em diante não mais falo do alvinegro no Brasileiro. Não terei o que dizer. Prefiro voltar às minhas histórias de tempos mais gloriosos, que muitos gostam de ler para saber do verdadeiro e autêntico Botafogo – que não é esse que se arrasta na lanterna.

Hoje, especialmente, hoje, em razão das circunstâncias, meu blog é menor. Estou chocado com o placar de 4 a 1. Pode ser – não acredito – que o time reaja, mas acho isso muito difícil. Depois tentam negar a frase de que há coisas que só acontecem ao Botafogo. Mas ela é rigorosamente autêntica.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O novo selo contra roubo de carros

O número de roubos, furtos e depredações de automóveis no Rio de Janeiro aumenta a cada mês. Ou o carro é transportado para um desmonte – no qual suas peças são vendidas à bangu, ou simplesmente ele é clonado, com nova placa, e dá um trabalho gigantesco à Polícia Militar.

Por isso, um grupo de especialistas do Detran, após longos meses de estudos, chegou à conclusão de que o selo (acima estampado) pode reduzir em 95% as queixas de proprietários nas delegacias espalhadas por toda a cidade.

Trata-se de um selo que, colado no vidro dos automóveis, deve diminuir brutalmente essas ocorrências policiais. O selo – ou plástico – ainda não está disponível, mas a partir do mês que vem fará parte integrante da vistoria dos automóveis que forem renovar seu IPVA. Mesmo que o proprietário do veículo não goste das cores – inspiradas em rituais do candomblé – ele será de uma utilidade inestimável na proteção contra roubos.

Vou encomendar dois: um para o meu carro, outro para minha bicicleta. O selo, digamos assim, funciona como uma espécie de salvo-conduto contra a bandidagem que anda solta pelas ruas e vielas da cidade, que já foi Maravilhosa.

Há alguns anos, o Kharman Ghia do comentarista Sérgio Noronha, hoje na Rede Bandeirantes, obviamente não era portador do novo selo que será obrigatório. Mas o carro foi logo encontrado, intacto, graças a um gigantesco escudo do clube da cruz de malta que trazia em seu vidro traseiro.

Mas os tempos agora são outros, principalmente para aqueles que vão comprar um veículo zero quilômetro, aproveitando os últimos dias da ausência do IPI. Não se trata de preferência por esse ou aquele clube. Trata-se de uma espécie de seguro obrigatório que todo proprietário deve colar no vidro traseiro – de preferência – pois será logo identificado.

Muito mais útil do que o já tradicional bafômetro – com conseqüências imprevisíveis –o novo selo permitirá ao proprietário do veículo que ultrapasse, incólume, a qualquer das batidas policiais espalhadas pela cidade. Mas o selo não pode ser pequeno: tem que ser enorme, para ser visto não só pela bandidagem como, também pelos policiais.

Particularmente, considero a invenção do Detran algo de inacreditável. Até porque levou anos para ser aprovada. Muitos elementos da comissão não o queriam aceitar, mas concluíram que era a melhor solução. Grande sacada.

Por fim, se for dirigir – à noite, principalmente – pode beber à vontade mas jamais se esqueça do selo de segurança. É uma advertência especial e deve ser obedecida por gregos e troianos. Eu, como já disse, aprovo a idéia.

domingo, 21 de junho de 2009

A ficha custou a cair


Para começo de conversa, confesso que sou supersticioso, especialmente em relação ao Botafogo. Mas jamais aceitei a história dos 21 anos sem ganhar um título. Se o Glorioso fora campeão em 1968, naquele 21 de junho de 1989 ele estava há 20 exatos anos sem levantar o Campeonato Carioca. Fecharia 21 se perdesse para seu grande rival no Rio. Aí sim, completaria o número que se transformou em cabalístico para os alvinegros. Mas naquela noite de quarta-feira, estava confiante, embora tivesse pela frente a tarefa de editar as páginas de esporte da Tribuna da Imprensa, na Rua do Lavradio.

À tarde, recebi um telefonema do amigo Márcio Guedes, na época comentarista da TV Manchete. Márcio estava pessimista e me disse que estava com vontade de não ir ao jogo. Disse a ele que fosse por dois motivos: primeiro, porque o Botafogo seria campeão; e, segundo, porque estava obrigado a comentar a partida ao lado do narrador Paulo Stein. Creio que Márcio, ainda no Leme, onde mora até hoje, ganhou certo estímulo, tanto é que estava ao microfone quando a decisão começou. Valeu a pena.

Preso ao trabalho – como ocorreu no Brasileiro de 1995 – assisti ao jogo pela televisão na sala do diretor do jornal Hélio Fernandes Filho e deixei com o companheiro Arthur Parahyba (1920-2004) a tarefa de redigir o que estava acontecendo no Maracanã. Ou porque estava trabalhando ou porque tinha um horário rígido para fechar a página, não me recordo de grandes emoções na hora em que Maurício, aproveitando o cruzamento de Mazolinha, marcou o gol de vitória aos 12 minutos do segundo tempo. Creio que achei cedo demais para comemorar a vitória e o título de campeão.

A ficha só foi cair quando cheguei em casa e queria, de todo o jeito, ir a General Severiano comemorar o fim de um jejum tão longo. Mas já era tarde e minha mulher me convenceu a ficar sossegado, assistindo aos teipes pela televisão. Só dias depois, fui a algumas comemorações, uma delas, no domingo seguinte, num bar em Copacabana e outra num restaurante, com os jogadores, em um jantar numa churrascaria. O Botafogo, finalmente, me tirara das costas um peso que carregava há duas décadas e me dera ânimo para que o clube seguisse no caminho das vitórias, como ocorreu em 1990.

Hoje, tanto tempo depois, aquela minha alegria arrefeceu. Não me conformo, de jeito algum, em aceitar a perda, três vezes seguidas, do título carioca para o mesmo Flamengo, em 2007, 2008 e agora em 2009. O Botafogo do meu tempo era mais Botafogo, carregava uma multidão ao Maracanã e rivalizava com o Santos, apontado como o melhor time do Brasil. E não posso me queixar da década de 90, quando o clube mantinha uma equipe forte, vencedora e conquistava novos torcedores.

Serei Botafogo até o apito final de minha vida, nos estádios, na televisão e até pelo rádio. Fui Botafogo até mesmo na segunda divisão, marcando presença no Caio Martins. Mas as três sucessivas derrotas justamente para o Flamengo fizeram com que o ano de 1989 ficasse um pouco escondido no meu coração. Jamais me conformarei com isso. Por quê? Porque o Botafogo, há mais de seis décadas, é o meu maior amor imaterial.

terça-feira, 16 de junho de 2009

O ‘Forró de Curitiba’


Domingo, quando liguei a televisão, juro pela minha mãe mortinha – até porque ela já se foi – que pretendia torcer pelo Clube da Beira da Lagoa, aliás, Flamengo. Estava empolgado com a escalação do Imperador no ataque rubro-negro, ele que manda e desmanda em todas as comunidades cariocas. Torcia, também, pelo Juanito das Candongas, aquele lateralzinho que gosta de meter medo em seus adversários. E, também, pela camisa vermelha e preta, embora os ‘inimigos’ achem que ela parece pano de macumba. Mas tudo bem. Ajustei a TV Fla no Canal 4 e fiquei à espera de uma surra naquele time de Curitiba, que seus torcedores apelidaram de ‘Coxa’.

De repente me lembrei que tenho, na capital do Paraná, um amigo de um amigo de um tio meu – gente finíssima, que torce pelo Coritiba. Aí, mesmo contra a vontade, passei a querer que o Coritiba aplicasse no Flamengo um novo forró, desta vez o ‘Forró de Curitiba’, Afinal estamos em junho e os paranaenses – como todo o povo brasileiro – comemoram as datas juninas. E aconteceu o que todo mundo viu. O Coritiba esculachou o time do Urubu, metendo 5 a 0 nos peitos da turma da Praia do Pinto.

Fui dormir contente, imaginando a alegria do amigo do amigo do meu tio. Mas confesso que, da próxima vez – juro pelo meu pai mortinho – até porque ele já se foi também – que darei mais uma oportunidade ao Flamengo, que está sempre na TV Globo. Aliás, O Globo, na segunda-feira, abriu em manchete ‘Derrota inaceitável’.

E eu pergunto por quê? O Globo quis dizer que o Flamengo – também chamado de Simpaticíssimo e Mais Querido – não pode ser esculachado? Fiquei sem entender a manchete.
O Flamengo, por acaso, é inderrotável? O Bruno não é o melhor goleiro do Brasil? O Imperador de Vila Cruzeiro não é o tal – que não treina de manhã porque tem atividades noturnas? Tenham paciência. Ele tem compromissos.

O ‘Forró de Fortaleza’ já está longe no calendário esportivo e foi aplicado pelo Botafogo no Castelão no time de Romário, o ‘Marrentinho’. Por que o Coritiba não poderia repetir a façanha? A cada gol do ‘Coxa’, esquecido de que pretendia torcer pelo Mais Querido, dei gritos medonhos, que assustaram todo o condomínio e que me valeram uma advertência do síndico, que, por falta se sorte minha, frequenta a Praia do Pinto.

Mas, como diria João Saldanha, vida que segue. Outros forrós virão por aí, pois o Brasileiro está só começando. Mas, pelo menos a princípio – desde que não tenha amigos de amigos de meus parentes – sempre estarei disposto a dar uma força àquela camisa de umbanda. Tenho pelo Flamengo um carinho incomensurável. E não haverá de ser a reedição de um forró curitibano que afetará essa minha atitude – tomada de repente.

Mas que os 5 a 0 foram demais, isso foi. E por pouco o Mengão não toma de mais. Pena que a Globo tenha abaixado o som do olé – nem mesmo se referiu a isso – e que Júnior Capacete tenha comentado a partida. O gol contra, então, foi espetacular. Jamais havia presenciado uma jogada daquelas. E estou certo de que vascaínos e tricolores também ficaram com pena do rubro-negro.

Mas o importante foi a nova edição do forró, desta vez no Paraná.

domingo, 14 de junho de 2009

Que bandeira é essa, gente?


O Botafogo de Futebol e Regatas completará este ano 67 anos de fusão entre o Botafogo Football Club (1904) e o Club de Regatas Botafogo (1894). E, hoje em dia, carrega frases curiosas, como ‘Há coisas que só acontecem ao Botafogo’, ‘O Botafogo tem a vocação do erro’ e, bem mais recentemente, ‘Você não vale nada mas eu gosto de você’.

Particularmente, acho todas elas engraçadas e bem perto de verdadeiras, mas aprecio especialmente a que o poeta Augusto Frederico Schmidt (1906-1965) disse certa vez ao ex-ministro Santhiago Dantas (1911-1964) sobre a vocação do erro (ambos botafoguenses na época da fusão dos dois clubes).

Os leitores que me acompanham aqui neste blog haverão de perguntar: por quê? Logo agora que o Glorioso conquistou sua primeira vitória no Campeonato Brasileiro, sobre o Santos? E eu, modestamente, como um apaixonado pelo clube há mais de seis décadas – desde os tempos de Heleno de Freitas e Tovar – trato logo de explicar. Por que o site do clube publica uma foto de nossa linda bandeira ao contrário? Ao que me consta, o quadrilátero negro com a belíssima estrela solitária fica à esquerda e não à direita como o site exibe, na visita de proprietários ao belo Engenhão.

Honestamente, não consigo entender como ninguém percebeu o grosseiro equívoco, até porque não tenho idéia de quem bolou a foto que ilustra meu blog. Conheço alguns integrantes do departamento de marketing, como Paloma e Vivian, além do assessor de imprensa, meu ex-companheiro José Antônio Gerheim, botafoguense de coração, e não a antiga assessora, Mariúcha Moneró, declaradamente tricolor, que mandava e desmandava no site que, à época, levava o nome de ‘Botafogo no Coração’.

Recentemente, uma pesquisa no Brasil e uma revista japonesa elegeram o escudo do Botafogo como o mais bonito do mundo, pela sua simplicidade e comunicação imediata. Aliás, a estrela solitária (que vem do Club de Regatas Botafogo) não é bem uma estrela e sim o planeta Vênus, que brilhava no céu quando os remadores saíam para treinar em seus barcos. Creio que o erro seria o mesmo se os escudos da camisa alvinegra – inspirada na do Juventus de Turim – fossem entregues pelo fabricante no lado direito dos uniformes, ou seja, do lado oposto.

E é bom que se diga, para não dizer que fantasio fatos alvinegros, que a camisa com o novo escudo da estrela solitária apareceu pela primeira vez num simples treino em General Severiano. Querem saber quando? Pois muito que bem: a 19 de janeiro de 1943, pouco mais de um mês depois da fusão.

Que o fotógrafo ignorasse a posição correta da bandeira, ainda admito. Mas será que ninguém percebeu o erro entre todos que pisavam o gramado do Engenhão? Depois alguns torcedores reclamam da frase de que ‘há coisas que só acontecem ao Botafogo’. Pois é, mas aconteceu. E vai acontecer sempre que não estiver na hora um botafoguense de coração, daqueles que sabem de tudo, até dos 100 anos dos 24 a 0 sobre o Mangueira, recorde absoluto e praticamente inigualável no futebol brasileiro.

Ainda bem que vencemos o Santos. Pelo menos surgiu uma luz no final do túnel. E, sinceramente, espero que não seja o farol de uma locomotiva que vem em sentido contrário.



quarta-feira, 10 de junho de 2009

Nílton e o irmão Nílson dos Santos



Vocês, que têm o costume de frequentar o meu blog querem que eu fale do Botafogo atual? Pois muito que bem: o Botafogo atual não existe e caminha a passos largos para retornar à segunda divisão. E de lá, se São Carlito Rocha das Gemadas não ajudar, ressuscitar o Biriba e o Neném Prancha, vai ser uma parada dura de roer para retornar à elite. Por isso, embora o Botafogo não preste mas eu gosto dele, vou retornar algumas décadas para falar num assunto que poucos sabem – a não ser Pedro Varanda, a verdadeira enciclopédia viva do Botafogo de Futebol e Regatas.

Vocês sabiam que Nílton dos Santos teve um irmão, Nílson Luiz dos Santos, que chegou a jogar com ele no time principal? Não? Pois saibam que teve (foto no Maracanã), no curto período de 1956 e pouco antes do Campeonato Carioca de 1966. A estréia de Nílson dos Santos (sem o irmão) ocorreu a cinco de agosto de 1956, num amistoso em Minas diante do Social e venceu por 6 a 2. O time? Lá vai: Amauri, Orlando Maia, Thomé e Rubens Bimba (Nílson Santos); Bob e Bauer (Pampolini); Garrincha, João Carlos, Mário Mimi, Paulo Catimba Valentim (estreando também), Alarcón e Hélio Boca de Sandália (apelido que Sandro Moreyra (1919-1987) deu ao nosso ponteiro-esquerdo durante uma excursão à Europa em 1955.

Mas Nílton e Nílson, por exemplo, jogaram juntos no time que derrotou o Bonsucesso por 2 a 0, no Maracanã, a oito de dezembro de 1956. Querem a escalação? Lá vai: Amauri, Nílson Santos, Abigail e Nílton Santos; Pampolini e Juvenal; Garrincha, Didi, Paulo Valentim, Gato e Neivaldo, meu amigo que se foi tão cedo. Mas Nílson Santos também viajou com outrora Glorioso – não esse bando que se arrasta por este ano de 2009 – numa excursão à Venezuela (ainda sem Hugo Chávez). O Botafogo superou o Sevilha da Espanha por 2 a 0 e formou com Amauri, Beto, Domício e Nílson Santos; Garrincha, Didi, Paulo Valentim, Édson Praça Mauá e Quarentinha (que tinha regressado do imbecil empréstimo ao Bonsucesso).

Mas Nílson Santos ainda resistiu até 1956, quando o Botafogo venceu o Ferroviário de Fortaleza (3 a 0), com a seguinte equipe: Cao, Joel Martins, Nagel, Adevaldo e Paulistinha (Nílson Santos); Élton e Luiz Carlos Theodoro (Eliseu); Dagoberto (Jorge), Humberto, Sicupira e Jerônimo.

Como se vê, Nílson Santos tentou seguir os passos do irmão (hoje com 84 anos completados a 16 de maio passado), mas não teve sorte ou futebol para isso. De qualquer jeito, é sempre bom lembrar o Botafogo era um time – hoje é um aglomerado – que jogava e excursionava pelo Brasil e exterior. E que a Enciclopédia do Futebol Brasileiro teve um irmão que jogava a seu lado, tentando uma carreira. Vocês sabiam disso? Eu tive a sorte de ver Nílson jogar nos aspirantes em General Severiano. E vocês?

Só lhes restou esse Botafogo à beira do abismo. E que abismo, leitores...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Polícia eficiente em Recife



É óbvio ululante, como diria meu amigo Nélson Rodrigues (1912-1990) que os leitores desse alvinegro blog esperam que eu fale do Botafogo. Mas que Botafogo? Esse bando que além de perder três vezes do Flamengo (2007-2008-2009) no Campeonato Carioca anda a beira do abismo da segunda divisão do Campeonato Brasileiro? Se falo mal, como já falei mil vezes, os ‘anônimos’ da vida, covardes e sem peito de colocar seus e-mails, vão me esculachar. Se fico em cima do muro, dizem que estou protegendo Maurício Assumpção e a nova diretoria. Falar bem, é claro, não posso. Então vamos deixar o Botafogo cair tal qual um balão apagado e fica o dito pelo não dito. Perder do Fluminense foi demais para minha paciência.

No jogo do Mais Querido em Recife – o Sport passou por cima da urubolândia – quatro torcedores do Simpaticíssimo dirigiam-se ao estádio, acompanhados por um cachorro, quando a polícia pernambucana decidiu dar uma geral na rapaziada. Todos foram encostados à parede e revistados, pois pareciam armados. O pobre do cachorro, acostumado às estripulias de seus proprietários, também se enquadrou e ficou à espera da revista. Por sorte, todos foram liberados e puderam assistir ao baile que o Sport promoveu em seu estádio, virando um placar de 2 a 0 contra para 4 a 2 a favor.

Mas que a atitude do cão rubro-negro foi elogiosa, isso foi.

Quanto à Seleção Brasileira – sigo recusando-me a tocar no assunto Botafogo – deu um belo passeio em Montevidéu, no Estádio Centenário. Mesmo com a catimba de sempre, os uruguaios acabaram perdendo, com sobras, uma invencibilidade diante do Brasil que chegava a três décadas. Estive certa vez no Centenário e é realmente um alçapão. Mesmo com times inferiores à Seleção Brasileira, eles, os uruguaios, sempre foram marrentos e brigões, sustentando resultados durante tanto tempo. Agora teremos pela frente o Paraguai – velho freguês de caderno – em Recife. Tomara que o time brasileiro torne a mostrar coragem e disposição, como ocorreu diante do Uruguai. Aí estaremos próximos da classificação.

Não se esqueçam, porém, que teremos que encarar a Argentina de Maradona em Buenos Aires. E lá, com aquele povão todo aos gritos, será um osso duro de roer. Mas haveremos de conseguir um bom resultado.


(*) Em tempo: o famoso Imperador Adriano – Imperador da Vila Cruzeiro – jogou em Recife? Eu não o vi em campo.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

À beira do abismo abissal


Acredito piamente que os leitores alvinegros que me acompanham aqui neste blog estão estranhando o meu silêncio em relação ao Botafogo. Pois eu lhes digo, sinceramente, que tudo o que tinha a dizer sobre o Glorioso já foi escrito aqui. Recebi mais de uma dezena de críticas de torcedores alvinegros me chamando de derrotista e pessimista. E eu, então, lhes pergunto: o que falar mais do Botafogo, beirando a zona do rebaixamento, depois do bisonho empate de 2 a 2 com o Sport Recife no Engenhão? Nada, rigorosamente nada. E, repito, não é responsabilidade do novo presidente, que encontrou o Botafogo demolido com a saída de vários jogadores importantes, que formaram, durante pelo menos dois anos a base do time.

Com o elenco que tem – apesar dos retornos de Juninho e Lúcio Flávio – o Botafogo do meu coração não tem elenco para disputar um Campeonato Brasileiro tão difícil com jogos de ida e volta. O que vocês, leitores, queriam que eu escrevesse? Que o Botafogo vai reagir? Não acredito. Que lutará com todas as armas possíveis e impossíveis para escapar da segunda divisão? Afirmo que sim. Não me recordo – e olha que tenho mais de seis décadas de Botafogo nas costas – de uma equipe ser desfeita de uma hora para outra, às vésperas do Brasileiro. Fora Leandro Guerreiro, que tem sempre a minha admiração, não vejo nada de positivo no time.

Pode ser – vejam que escrevi pode ser – que com o retorno de Reinaldo as coisas melhorem um pouco. Mas é apenas uma hipótese. Aquele Botafogo do Campeonato Carioca, com Maicosuel e Reinaldo era um. Esse de agora é outro, embora os jogadores suem a camisa e se esforcem. Por ironia, Fahel (foto) empatou o jogo no final e deixamos de perder mais três pontos. Ser otimista numa hora dessas é ser mentiroso e enganador. E isso eu não sou. Agora o adversário é o Fluminense de Parreira. Teremos esperanças? Não sei. Acho que não. E, se tudo continuar como dante no quartel de abrantes, a segundona do Vasco nos espera mais uma vez.

Por fim, faço a mais fechada e absoluta questão de deixar claro que não respondo a anônimos. Nem adianta me remeter comentários. Anônimo é coisa de rubro-negro que quer destroçar o Botafogo. Os que me mandarem e-mail, responderei na medida do possível. Anônimos, não, em hipótese alguma. Anônimo é falta de coragem de assinar a crítica ou, vez por outra, elogio – para não se comprometer.

Vou ficar por aqui, gol a vibração de Fahel, pois o clube alvinegro não me ajuda. E não gosto de falar mal do clube que escolhi para torcer até o apito final.