sábado, 31 de outubro de 2009

Seleção Brasileira de 50 dá adeus


Com a morte, ontem em Salvador, do zagueiro Juvenal Amarijo, não sobrou ninguém entre os titulares da amaldiçoada Seleção Brasileira que perdeu do Uruguai (2 a 1) a final da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã. O time, escolhido pelo técnico-ditador Flávio Costa (1906-1999), que orientava o Vasco da Gama, era Moacir Barbosa (1921-2000), Augusto da Costa (1922-2004), Juvenal Amarijo (1923-2009) e João ‘Bigode’ Ferreira (1922-2003); Danilo Alvim (1921-1996) e José Carlos Bauer (1925-2007); Manoel ‘Maneca’ Marinho (1926-1961) ou Albino Friaça (1924-2008), Thomaz ‘Zizinho’ Soares da Silva (1921-2002), Ademir Menezes (1922-1996), Jair Rosa Pinto (1921-2006) e Francisco (‘Chico’) Aramburu (1923-1997).

Que todos descansem em paz é o que desejo sinceramente.

A foto que ilustra este triste blog mostra, pela ordem, no Maracanã lotado, de pé, da esquerda para a direita, Barbosa, Augusto, Juvenal, Bauer, Danilo, Bigode; agachados, na mesma ordem, Friaça (substituto de Maneca), Zizinho, Ademir, Jair e Chico. De todos eles, guardo na lembrança a figura risonha e sempre alegre de Ademir, que tinha uma coluna no jornal ‘O Dia’. Como não sabia escrever do ponto de vista jornalístico, Ademir contava um de seus casos para o excelente jornalista Hideki Takizawa, que verdadeiramente redigia a coluna – muito lida por sinal.

Eu não trabalhava na Editoria de Esportes de ‘O Dia’, mas me sentava ao lado, como responsável pelo noticiário nacional (política de Brasília) e internacional. E foi assim que fiz amizade com Ademir. O ‘Queixada’ logo percebeu que eu conhecia futebol e quando sua memória falhava, para relatar um fato novo a Hideki, apelava para mim, sem a menor cerimônia mas com uma incomensurável simpatia:

- Roberto, hoje estou com a memória fraca. Me conte uma história vivida por mim...

Nunca fui Vasco nem tampouco Fluminense (clube pela qual Ademir jogou em 1946 e 1947). Mas Ademir era um de meus ídolos pelo futebol e pelos gols que marcava. E muitas vezes o salvei relatando um de seus feitos, sempre afugentando a maldita derrota de 1950. Me recordo de que, certa ocasião, fiz com que Ademir passasse a Hideki uma história na concentração do Vasco, quando ele, de molecagem, encheu o prato de Heleno de Freitas (1920-1959) de cebolas. Heleno detestava cebolas e fez um pequeno escândalo, atirando o prato na parede.
Ademir adorou a lembrança.

Hoje, 59 anos depois da Copa de 1950, percebo que o Brasil jogou sempre errado. Não vou criticar os três zagueiros – Augusto, Juvenal e Bigode – porque era assim que se jogava na época. Mas os homens de meio-campo, Bauer, Danilo, Zizinho e Jair não marcavam rigorosamente ninguém. E tem mais: no esquema do ‘Professor’ Flávio Costa, o Brasil jogava com dois pontas abertos (Maneca ou Friaça) e um centroavante, Ademir, enfiado entre os zagueiros adversários. Resultado: ficava um enorme buraco entre Juvenal e Augusto e Juvenal e Bigode.

E vejam que Flávio Costa teve três oportunidades seguidas de enfrentar o mesmo Uruguai pela Copa Rio Branco. Perdeu o primeiro jogo no Pacaembu por 4 a 3, venceu apertado por 3 a 2 em São Januário e levantou o troféu com a magérrima vitória por 1 a 0, também em São Januário, tudo isso às vésperas da Copa do Mundo, já em 1950. Em poucas e resumidas palavras, Flávio sabia como o Uruguai jogava.

Por tudo isso, num curso que dei na UniverCidade sobre Jornalismo Esportivo, com o já falecido companheiro Fernando Horácio da Matta, custei a entender a frase de Zizinho aos alunos. Usando de rigorosa autenticidade, Zizinho disse o seguinte:

- Naquele 16 de julho de 1950, se eu pudesse escolher um time para jogar, optaria pelo do Uruguai...

Vida que segue. Sob as vistas de Mário Jorge Lobo Zagallo, que, soldado, fazia segurança do Exército nas tribunas do Maracanã, a Seleção Brasileira de 1950 já não mais existe.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Saudades de um grande ídolo


Infelizmente, só conheci Nílton Santos pessoalmente algum tempo depois dele encerrar sua brilhante carreira. Como homem de redação do meu sempre querido Jornal do Brasil, a cobertura do Botafogo pertencia ao repórter Sandro Luciano Moreyra (1910-1987) e, mais tarde, já no time bicampeão carioca (1967-1968) ao também repórter João Areosa Duarte. Ficamos amigos quase que por acaso. Numa resenha da antiga TV-E (hoje TV Brasil), declarei que o melhor jogador do Botafogo que vi jogar era ele, Nílton Santos. Certa vez, num jogo do Botafogo à noite, na saída do Maracanã, alguém me agarrou pelo braço e disse a seguinte frase:

- Agora, você não pode desmentir. Gravei tudo o que disse a meu respeito...

O cidadão que me segurou era simplesmente Nílton Santos.

Daí em diante foi uma festa. Encontramo-nos diversas vezes, dei carona a ele de uma solenidade na prefeitura (época de Luiz Paulo Conde) e chegamos a viajar juntos para São Paulo, onde ele seria entrevistado no programa ‘Bola da Vez’ da ESPN Brasil. Mas a mais emocionante de todas às vezes foi quando o Botafogo me chamou, em plena reunião do Conselho Deliberativo (do qual fiz parte por mais de 15 anos), para homenageá-lo. Veterano de tantas batalhas, com Nílton Santos sentado à minha frente, falei, recordei fatos de sua carreira, suas grandes vitórias no Botafogo e na Seleção Brasileira, mas acabei derrapando: como diria Nélson Rodrigues (1912-1980) chorei lágrimas de esguicho, o mesmo acontecendo com meu eterno ídolo e sua mulher, dona Célia. Foi rigorosamente impossível conter a emoção que me assaltou.

Não tive coragem de ir vê-lo no hospital. Tenho dois medos: a de tornar a me emocionar e a de Nílton Santos não me reconhecer. Por isso, foi com rigorosa surpresa que meu amigo e companheiro de profissão Maurício Thuswol, botafoguense como eu, me mandou a foto que ilustra este blog, de autoria do fotógrafo Rodrigo Queiroz (http://www.rodrigoqueiroz.art.br/) de um Nílton Santos, ainda com muita saúde, à beira de sua casa de praia, em Araruama. E não faz muito tempo que outro dos meus ídolos alvinegros, Otávio Sérgio de Moraes (1923-2009) me revelou que o apelido de Nílton Santos, entre eles, jogadores da época, era simplesmente ‘Caminhão’.

Nílton me contou a briga que teve com Heleno de Freitas (1920-1959), logo no primeiro coletivo do Glorioso, em 1948 (Heleno ainda ficaria uns meses em General Severiano e jogaria pelo menos oito partidas com Nílton Santos). Tudo aconteceu quando Nílton Santos, entre os reservas, deu seu famoso e lindo drible de corpo em Heleno e foi xingado pelo temperamental e fantástico centroavante (morto há 50 anos). Nílton Santos, sempre malandro, respondeu ao xingamento dizendo que quem sabia da vida de Heleno era Zizinho (1921-2002). Por pouco os dois não se atracaram. Quando Zizinho soube da discussão (sempre foi amigo de Nílton Santos), perguntou:

- Mas Nílton, por que você me colocou nessa história infeliz?

E Nílton respondeu de estalo:

- Porque você é meu amigo e foi o primeiro nome que veio à minha cabeça...

Dizer que não tenho gigantesca saudade de Nílton Santos seria uma mentira das grossas. Tenho sim, mais do que podia imaginar. Sinto até saudades do soco que ele deu em Armandinho Marques, em 1971, no Maracanã, trabalhando como supervisor do Botafogo. Nílton Santos atravessou o campo, depois de o Botafogo perder o título para o Atlético Mineiro (tinha que ganhar por três ou quatro a zero) e acertou Armando Marques numa foto feita por José Santos, de O Globo (foi Prêmio Esso).

Nílton Santos, hoje adoentado, pode ter certeza. Não mais precisa me segurar pelo braço nem gravar minha entrevista. Tenho certeza absoluta de que ele foi o maior jogador da história do meu tão amado Botafogo.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Os demolidores de estádios

Como os torcedores do Urubu são indivíduos de pouca leitura – com as raras e honrosas exceções de sempre – imaginam que o Engenhão seja propriedade particular do Botafogo de Futebol e Regatas, e não um bem público cedido ao alvinegro pelo prazo de 20 anos. Assim, desacostumados ao conforto e a instalações modernas, decidem quebrar tudo o que encontram pela frente. Foi assim que essa malta rubro-negra comportou-se no clássico Botafogo x Flamengo no último domingo. Esses bandidos, disfarçados de torcedores do Simpaticíssimo, quebraram tudo o que encontraram pela frente, como banheiros e cadeiras (foto). As latrinas, a que não estão acostumados, também foram quebradas, assim como torneiras e pias.

Pessoalmente – posso estar completamente equivocado – não acho que o Botafogo deveria receber essa súcia (bela palavra, não?) de malfeitores em outra partida no Engenhão. Quando o mando de campo voltar a ser do Botafogo, o clube deveria propor um local neutro, como São Januário ou (quem sabe?) Volta Redonda. Como o Urubu não tem estádio – aliás, tem, mas está caindo aos pedaços – quando tiver o mando de campo, sugiro o Aterro do Flamengo ou a área gramada do Jóquei Clube Brasileiro. Por sinal, o Jóquei não é bem o local indicado pois esses bandidos, que brigam entre si (só por brigar porque dinheiro ninguém tem) não sabem exatamente para que serve o belíssimo Jóquei Clube Brasileiro.

Retido em casa por razões de trabalho, escutei o jogo pela sempre alegre transmissão de José Carlos Araújo. E seus repórteres, todos eles competentes, antes da partida, já chamavam a atenção para o confronto entre as quadrilhas que formam as torcidas organizadas do Flamengo. Impressionada com o quebra-quebra, a repórter Maria Chuteira – inteligente e sensível, além de engraçada – estava disposta a dar uma geral nos banheiros. Alertada por José Carlos, ela disse que entraria nos banheiros masculinos acompanhada por soldados da PM a fim de não ser agredida.

Aliás, não é de hoje que os vândalos agem. Mesmo no Maracanã – outro estádio que pertence ao poder público – eles, os vândalos já chegaram a roubar latrinas para colocá-las em suas ‘mansões’. E, na avalanche que formam à esquerda das tribunas, quebraram a cerca de proteção e muitos caíram lá de cima nas gerais, por coincidência num Botafogo x Flamengo do Campeonato Brasileiro de 1992. Eu mesmo, numa atitude desassombrada, caí na besteira de levar meninos vascaínos e rubro-negros num Flamengo x Vasco no Maracanã. No final da partida, tive que me proteger dos tiros atrás de uma Kombi que vendia cachorros-quentes.

Em poucas e resumidas palavras, em qualquer jogo do Flamengo (contra os demais grandes do Rio) a chapa esquenta. E na saída dos estádios (falo mais do Maracanã), eles, os supostos torcedores, sobem no teto dos ônibus como se estivessem pegando surfe. E não há polícia que dê jeito nessa algazarra que, inúmeras vezes, já terminou com mortos, feridos e aprisionados. É o destino e pouco se pode fazer para impedir depredações, tumultos (entre eles próprios), assaltos, tiros e o diabo a quatro. E vejam vocês, meus leitores deste blog, que já assisti a inúmeros jogos entre Botafogo x Flamengo, em tempos mais remotos. E sempre me lembro de meu pai, rubro-negro decente, após um jogo Botafogo 5 x 0 Flamengo. Na saída do Maracanã, entristecido, meu pai me disse a seguinte frase inesquecível:

- Roberto, o juiz roubou para o Botafogo...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Estou cansado desse Botafogo

( crédito: site Oficial do Botafogo)


Os meus amigos alvinegros haverão de me perdoar. Mas não posso guardar isso em meu coração. Estou cansado de perder para o Flamengo – mas muito cansado mesmo. Domingo, quando Lúcio Flávio perdeu aquele pênalti, diante do idiota microcéfalo do Bruno, quase tive um peripaque. Estou cansado de ver a maior paixão imaterial da minha vida – são mais de seis décadas de amor pelo clube – estar na rabeira do Campeonato Brasileiro, disputando palmo a palmo a sorte de escapar da segunda divisão. Em poucas e resumidas palavras, como diria Hélio Fernandes, dono da Tribuna da Imprensa, onde trabalhei com afinco e dedicação, estou cansado do Botafogo. Sinceramente, hoje me arrependo de ter influenciado tanta gente para torcer pelo Glorioso. Glorioso de quê? De ser saco de pancadas dos medíocres?

Em anos brilhantes, cooptei o hoje saxofonista Mauro Senise (na época meu cunhado), meu filho Roby Porto e meus netos, João Jorge Vargas, meus primos Luiz Eduardo Couto Ribeiro e Maria Carmem Couto Ribeiro, e mais uma dezena de amigos e amigas até porque minha memória não é de ferro e não me recordo de todos eles. O fato, indiscutível é que estou cansado. Estou cansado de tomar goleadas de clubes medíocres, de ter permitido que o Urubu tenha conquistado o pentatri em cima do Botafogo e de sentir a tristeza de companheiros de jornalismo como Sérgio Cavalcanti, Luís Carlos Mello, Washington Rope, Haroldo Habib, Maurício Fonseca, Sérgio Augusto, Carlos Eduardo Novaes, Antônio Maria Filho, João Pedro Paes Leme, Luiz Fernando Lima, Mara Bentes, Eloir Maciel (felizmente este mora na Argentina) e meu amigo de infância, o engenheiro Luís Carlos Albuquerque.

Estou cansado de ver o meu Botafogo perder justamente no estádio (Engenhão) projetado pelo meu irmão Carlos Porto, botafoguense como eu, e de meu outro irmão, Maurício Porto, alvinegro roxo, mas tão roxo que só ouve jogo pelo rádio. Estou cansado de ver a tristeza da amiga Malu Cabral – sempre tão fiel e que coloca meus blogs na Internet – o abatimento de meu eterno companheiro César Oliveira e fico imaginando a sorte de outros que já se foram e já não podem ver esse Botafogo fajuto, como Sandro Moreira, João Saldanha, Otávio Name, Neivaldo Carvalho, Américo Pampolini Filho, Borjallo (o homem que inventou o plim-plim da Globo), Oldemário Vieira Touguinhó e tantos outros que cruzaram minha vida ao longo de tanto tempo.

Estou cansado dessa imitação que se denomina Botafogo.

Isso não quer dizer que vou abandonar o barco. Nada disso. A essa altura do campeonato, se o Botafogo afundar de vez, afundarei com ele. Mas de agora em diante não vou mais ao Engenhão (já que o Maracanã será fechado) e não mais escutarei jogos pelo rádio. Televisão? Nem pensar. Para assistir o quê? As roubalheiras? Os gols perdidos por atacantes que vestem a alvinegra linda? Sem chance. Esse Botafogo que aí está não é o meu Botafogo de outrora, quando Manga, às vésperas de jogos contra o Flamengo, gastava o dinheiro na feira dizendo que adversário era ‘bicho certo’.

Por favor, não me chamem de pessimista. Sou apenas realista. O Botafogo, na minha imaginação fértil, é uma espécie de mulher que amo de montão e que só me dá foras seguidos. Não tenho sangue da barata para viver assim. Serei Botafogo, repito, até o apito final, mas que estou cansado, isso estou. Cansado de montão.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Boa viagem, meu ídolo de infância

Um dos meu maiores ídolos de infância e juventude, Otávio Sérgio de Moraes (1923-2009), morreu ontem, segunda-feira, num hospital do Rio. Pelo que estou informado, tudo começou quando, idade avançada, ele levou um tombo em casa e fraturou o fêmur. Daí em diante seu estado só fez piorar e, por mais que sua família se esforçasse, o capitulo final chegou.

Infelizmente, só pude privar da intimidade dele, artilheiro e campeão de 1948, muito mais tarde, em festas e reuniões em Venceslau Brás. Sempre solícito e falastrão, jamais me escondeu nada. E me parabenizou por ter, em 1998, convencido o presidente Mauro Ney Palmeiro a organizar uma festa para comemorar os 50 anos da histórica conquista sobre o Vasco da Gama, em General Severiano. Paraguaio abriu o escore, Braguinha ampliou e no segundo tempo Otávio colocou 3 a 0 no placar. Numa jogada infeliz, Ávila, que aparece na foto, fixou o escore em 3 a 1. Foi o único título do Botafogo em General Severiano.

Numa entrevista que fiz com ele, ao lado do companheiro César Oliveira, em 2005, revelei que, garoto, desmaiei de emoção quando ele, de bicicleta, aos 37 minutos do segundo tempo, acertou uma bicicleta certeira no canto de Mão de Onça (no gol à direita das sociais), na suada vitória sobre o Bangu, em 1949. Otávio até me consolou. Disse que aquele gol matou do coração um torcedor alvinegro que estava atrás do gol e nem houve tempo para transportá-lo ao Hospital Rocha Maia, alí pertinho, atrás do gol à esquerda das tribunas sociais.

Conversamos dezenas de vezes. Falei até na Seleção Brasileira que, em 1949, conquistou o título do Campeonato Sul-Americano de 1949. Otávio, que era ponta-de-lança, me revelou que Flávio Costa – com seu habitual esquema ditatorial – o escalou de centroavante, posição que ele nunca jogara. O ataque jogava com Tesourinha, Zizinho, Otávio, Jair Rosa Pinto e Simão. Ora bolas, Otávio, com a camisa 10, era o ponta-lança que chegava para bater em gol as jogadas tramadas por Zizinho e Jair não tão criticada Diagonal. Não podia jogar com a camisa nove porque, definitivamente, ficava isolado entre os zagueiros adversários. Acabou barrado e irritado com Flávio Costa, que levou esse esquema furado até a Copa de 50.

Eu garoto, ainda tenho um botão com o nome Otávio, jogando na meia-esquerda, com Heleno avançado entre os zagueiros de meus adversários. E o meu Otávio era um de meus artilheiros, batendo em gol sempre que a bolinha sobrava na entrada da área. Otávio Sérgio foi titular do Botafogo até 1953 e me contou histórias incríveis. Uma delas, conhecida por poucos, era o apelido que eles deram a Nílton Santos: ‘Caminhão’. Outra, depois de Heleno provocar Osvaldo Baliza, que tomou um frango, Heleno virou-se para ele e perguntou na hora da nova saída do Botafogo:

-Tatá, estou de costas...O Baliza ainda está olhando para mim?

A foto que ilustra esta matéria é do Torneio Início de 1949, em Álvaro Chaves, que o Botafogo prestigiou, colocando seu time titular em campo. Lá estão, de pé, da esquerda para a direita, Juvenal Francisco Dias, Gérson dos Santos, Osvaldo Baliza, Nílton (Caminhão) dos Santos, Osvaldo Ávila e Rubinho; agachados, na mesma ordem: Edgídio (Paraguaio) Landolfi, Ephigênio (Geninho) Bahiense, Sílvio Pirillo, Otávio Sérgio de Moraes e Braguinha.

Que você faça boa viagem, Otávio, e que a terra lhe seja mais leve do que nunca.