quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Bruno Mazzeo sacaneia o Botafogo

Um dos quadros mais curiosos do ‘Fantástico’, da Rede Globo, é sem dúvida o ‘Bola Cheia’ e o ‘Bola Murcha’, apresentado por Tadeu Schmidt. Domingo passado, após a vitória do Botafogo sobre o São Paulo, Schmidt convidou três jurados para definir os vencedores (ou perdedores) do quadro: o jogador Carlos Alberto, a cantora Fernanda Abreu (do conjunto Blitz) e Bruno Mazzeo, todos torcedores do Vasco. Mazzeo, filho de Chico Anísio e da modelo Alcione Mazzeo, estava vestido com a camisa do clube da cruz de malta – exibindo ainda mais a sua preferência clubística.

Seguiram-se as cenas habituais – ruins, pois são filmadas por amadores – Carlos Alberto fez suas escolhas, Fernandinha também, mas quando chegou a vez de Mazzeo, ele extrapolou. Disse que determinado peladeiro deveria servir para jogar no Botafogo.

Ora, bolas: desde quando o supostamente cômico Mazzeo pode ser considerado um ‘expert’ em futebol? E por que citar o Botafogo? Será que ele não sabe que o Vasco vem da segunda divisão do Campeonato Brasileiro? E mais: por que o Botafogo e não o Fluminense, Flamengo ou seu próprio clube, o Vasco? Com sua manifestação idiota, sob todos os aspectos, Mazzeo foi o ‘Bola Murcha’ do domingo.

Quanto ao lançamento de meu livro ‘Botafogo – O Glorioso’, da Editora Leitura, na última segunda-feira, não posso me queixar. Todos os exemplares colocados à venda se esgotaram e só pude deixar a Livraria Saraiva às 23 horas. Muita gente ficou sem o livro – que já está à venda na própria Saraiva – mas o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, está em entendimentos com a Editora Leitura para um segundo lançamento, na renovada e reformada sede de General Severiano, no dia oito de dezembro, mais um aniversário da fusão entre o Botafogo Football Club com o Club de Regatas Botafogo, em 1942, há 67 anos portanto. Daí surgiu o imbatível Botafogo de Futebol e Regatas de hoje, o clube da maravilhosa estrela solitária.

Daqui deste espaço quero agradecer a todos que compareceram ao lançamento, mesmo deixando a Saraiva de mãos abanando por falta de livros. Mas foi um prazer inexcedível rever velhos amigos de tantas batalhas e conhecer novos torcedores do alvinegro de General Severiano. Se realmente houver um relançamento a oito de dezembro, torço para que Bruno Mazzeo compareça, nem que seja para tomar uns corretivos e deixar de menosprezar o imortal Botafogo. Tome coragem e vá lá, Mazzeo. Mas não vá com a camisa do Vasco porque será barrado na porta.








terça-feira, 10 de novembro de 2009

O novo livro está chegando


Finalmente, a Editora Leitura de Belo Horizonte fixou data, hora e local para o lançamento de meu segundo livro sobre o alvinegro da estrela solitária – ‘Botafogo – O Glorioso’. Será na segunda-feira, dia 23 deste mês de novembro, a partir das 19 horas, na Livraria Saraiva do Rio-Sul.

Particularmente, faço absoluta e fechada questão que os torcedores compareçam em massa, dando uma prova da paixão e envolvimento que todos têm com o Botafogo de Futebol e Regatas, principalmente os que me acompanham neste blog – às vezes vibrante, às vezes mal humorado, admito. Agora fiz um livro diferente.

Além das 40 histórias que conto, tenho a presença de José Inácio Werneck escrevendo a orelha do livro, a contracapa do presidente do clube Maurício Assumpção e o prefácio de meu parceiro César Oliveira.
Fora isso, abri o livro para depoimentos de torcedores famosos, como Carlos Porto (meu irmão e autor do projeto do Engenhão), Carlos Eduardo Novaes, Antônio Maria Filho, Maurício Thuswohl, Gabriel Góes Barreira, Luiz Fernando Maia, Bruno Porto (meu sobrinho que, de Xangai, explica porque o escudo do Botafogo foi escolhido como o mais bonito do mundo), Sérgio Augusto, Sylvio Back, Leonel de Jesus (escrevendo de Lisboa), Luiz Carlos Melo, Nélson Paiva Paes Leme, Sérgio Cavalcanti, Maurício Fonseca, Ricardo Baresi, Haroldo Habib, Jorge Aurélio Dominguez, João Ignácio Muller, Marcos Sperli Garcia, Marcello Antony, Beth Carvalho, Rafael Almeida (jovem ator da Rede Globo) e, por fim, Stepan Nercesian.

Vou tentar, por telefone, convidar vários outros torcedores, como Washington Hope, João Pedro Paes Leme, meu filho Roby Porto, Luiz ‘Gauchinho’ Fernando Lima, Malu Cabral, Marcelo Fonseca, todo o pessoal do marketing do Botafogo, além de secretárias da diretoria, como Patrícia e Roberta, como também os funcionários da Fogão Shop e até mesmo os mais aplicados funcionários do clube, como Machado, por exemplo, e os porteiros. Como o Rio-Sul fica diante da sede de Venceslau Brás, quero que na segunda-feira, 23, o Botafogo fique deserto.

Temos, todos, que dar uma demonstração que nosso clube é rigorosamente o único a possuir as mais incríveis histórias desde a sua fundação, a 12 de agosto de 1904 – em plena época da vacinação obrigatória promovida por Osvaldo Cruz (1872-1917) e o bota-abaixo do prefeito Pereira Passos (1836-1913). Isso para não citar também a fusão com o Club de Regatas Botafogo, a oito de dezembro de 1942.

E para os botafoguenses mais apaixonados, uma última informação: o Botafogo de Futebol e Regatas, informal como sempre, usou pela primeira vez o escudo da estrela solitária a 19 de janeiro de 1943, num simples treino em General Severiano. Não é a cara do Botafogo? Claro que é.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Um clube para a história do futebol

O glorioso Botafogo de Futebol e Regatas é realmente um clube surpreendente. Surpreendente até para mim, que o acompanho apaixonadamente há mais de 60 anos, pelos mais diversos estádios do Brasil. Na tarde de domingo, no Engenhão, derrotou o Coritiba por 2 a 0, gols de Renato (foto do site oficial alvinegro) e Lúcio Flávio, e em São João Nepomuceno, graças à iniciativa do fanático botafoguense Marcelo Alves de Mendonça, prestou uma emocionante homenagem aos 50 anos da morte do eterno ídolo Heleno de Freitas. Tão atarefado em coordenar os eventos, Marcelo mal pôde assistir à vitória de seu clube do coração sobre o Coritiba, afastando-se um pouco mais da zona de rebaixamento, já frequentada por clubes de expressão do Brasil.

Às homenagens a Heleno de Freitas (1920-1959) foram prestadas, entre outros, por Luiz Eduardo de Freitas (filho único do craque), Bebeto de Freitas (primo) e ex-jogadores como Maurício, Mendonça, Nílson Dias e uma enorme presença de torcedores alvinegros que vivem na cidade.

Daqui deste espaço de meu blog, quero parabenizar Marcelo Alves de Mendonça pelo êxito obtido nas homenagens e pelo empenho que demonstrou para realizá-las com o maior êxito. Infelizmente, um compromisso cedo no Rio, na manhã de segunda-feira, dia nove, não pude estar presente. Mas guardo comigo, no fundo do coração, o fato de ser um dos raros botafoguenses que viu Heleno em ação em dois jogos do Campeonato de 1947.

Fora isso, no dia sete, à noite, pela ESPN Brasil, tracei um perfil do chamado ‘Craque Galã’, integrante moderado do famoso Clube dos Cafajestes e afilhado de casamento de Edu da Panair, morto prematuramente em 1950 pilotando seu Constellation na chegada a Porto Alegre.

Não há, podem apostar, clube no mundo que tenha as histórias do Botafogo de João Saldanha (1917-1990), Sandro Luciano Moreyra (1919-1987), Oldemário Touguinhó (1934-2002), Vinícius de Moraes (1913-1980), Augusto Frederico Shmidt (1906-1965), Santhiago Dantas (1911-1964) e do grande companheiro da Rádio Globo, Luiz Mendes, que simplesmente narrou a estréia de Heleno pelo Boca Juniors contra o Banfield em Buenos Aires, em 1948.

Eu, modestamente, sem o talento de todos que citei, tento manter a magia do Botafogo – o meu maior amor imaterial. Já escrevi (esgotado) ‘Botafogo – 101 anos de mitos e superstições’ e vou lançar agora, dia 24, na livraria Saraiva do Rio-Sul (só não sei a hora, ‘Botafogo – O Glorioso’, indicado para escrevê-lo pelo próprio presidente do clube, Maurício Assumpção, que escreve a contracapa. Quando souber a hora aviso a vocês todos, pois quero lotar a Saraiva com a torcida mais apaixonada de que se tem notícia.

Entre os que colaboraram no livro, com suas declarações de amor à estrela Solitária, estão Sérgio Augusto, Antônio Maria Filho, Nélson Paiva Paes Leme, Carlos Eduardo Novaes, Carlos Porto (meu irmão e projetista do Engenhão), Marcelo Anthony, Beth Carvalho e muitos outros dos quais, assim em cima da hora, não consigo me recordar.

Parabéns ao time, que soube superar o Coritiba, e a Marcelo Alves de Mendonça, organizador das homenagens a Heleno de Freitas que, amigo de João Saldanha, chegaram a alugar um quarto em cima de uma funerária em Copacabana. Existe um clube assim? Nunca, jamais em tempo algum, inclusive com campeões do mundo como Nílton Santos, Garrincha, Didi, Amarildo, Zagallo, Jairzinho, Roberto Miranda e Paulo César Lima.


(*) Na foto abaixo, em São João Nepomuceno estão, da esquerda para a direita, Bebeto de Freitas, Mendonça, Nílson Dias, Luiz Eduardo de Freitas, Maurício 89 e Marcelo Alves de Mendonça (coordenador)




quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O ‘Botafogo paraguaio’

(Créditos site do Botafogo Oficial)


É óbvio ululante, como diria meu ex-companheiro de redação Nélson Rodrigues (1912-1980), que os leitores deste meu alvinegro blog conhecem as expressões ‘cavalo paraguaio’ e ‘uísque paraguaio’. Mas na calorenta noite da última quarta-feira, em pleno Engenhão, todos ficaram conhecendo o’Botafogo paraguaio’. Faz tempo – não muito, claro – que eu não via um Botafogo tão mequetrefe como o que perdeu de 3 a 1 para o Cerro Portenho, depois de também ser derrotado por 2 a 1 em Assunção e, por consequência, ser bisonhamente eliminado da Copa Sul-Americana.

Agora eu pergunto: quantos de vocês, meus amigos e companheiros botafoguenses, terão coragem e disposição para ir novamente ao Engenhão estimular esse time – à beira de mais um rebaixamento – na partida contra o Coritiba? Eu, como diria o intelectual Kleber Leite, me incluo fora dessa. Não mais suporto ver o Botafogo pagar micos medonhos como o que pagou diante do não mais que modesto Cerro Portenho. E digo mais: logo após os primeiros minutos de jogo, sentado diante da televisão, percebi que o Botafogo não conseguiria vencer, jogando como jogou. Mas tomar um sacode de 3 a 1 foi demais para o meu visual, como costuma dizer o garotinho José Carlos Araújo. Não foi apenas uma derrota: foi um nocaute.

Ao invés de fingir-se de morto, fazendo com que o Cerro gostasse do jogo e abrisse espaços para contra-ataques, o Botafogo partiu para cima dos paraguaios desde o primeiro minuto, cometendo o erro primário de atacar sempre pelo meio, deixando André Lima cercado por pelo menos quatro zagueiros adversários. Não fosse a entrada (tardia) do garoto Jobson, pela extrema-direita, e não faríamos, com André Lima, um único e chorado escasso gol. Mas tomamos dois logo depois.

Eu me recordei do tempo em que Zagallo era jogador e, depois, técnico do time. Zagallo era matreiro, principalmente em jogos contra o Flamengo. O Botafogo ficava atrás, fingindo ser dominado e, de repente, com a massa rubro-negra empurrando o Simpaticíssimo, vinha o contra-ataque mortal, com Garrincha ou sem Garrincha. Não vou listar aqui as partidas a que assisti, diante do ‘Mais Querido’. Mas o Botafogo de Zagallo – jogador ou técnico, repito – não partia desesperadamente para cima do adversário, mesmo precisando da vitória a qualquer custo. É claro que sofreu uma ou duas derrotas, pois futebol não é matemática e nem sempre dois mais dois são quatro.

Mas o Botafogo de quarta-feira, pelo amor de meus netinhos, jogou pedra em santo e só não tomou de mais porque o goleiro Jefferson andou fazendo umas defesas milagrosas nos contra-ataques paraguaios. Agora, depois dos 15 mil pagantes de quarta-feira, fico imaginando como será nossa torcida num jogo de vida e de morte contra o Coritiba. Ninguém suporta tomar tantas porradas (perdoem o termo) seguidas.

Leandro Guerreiro fez falta? Claro que fez. Mas no esquema que o técnico (?) armou, não sei se faria diferença. Agora, confesso, espero pelo pior. E se voltarmos a desabar para a segunda divisão, não teremos, como já tivemos, o Palmeiras para nos ajudar. Com o elenco que tem, o Botafogo está mais perdido do que cego em tiroteio. E por mais que ame esse clube, há mais de seis décadas, meu pequeno otimismo foi para o espaço sideral.

O Botafogo, realmente, merece o apelido de ‘time paraguaio’, aquele que parece verdadeiro mas não é.