quinta-feira, 29 de abril de 2010

Para o Urubu não esquecer nosso êxito


Devidamente depenado e assado por Papai Joel na final do Campeonato Carioca de 2010 (vou falar sobre isso na noite de sábado na ESPN Brasil), o Urubu idiota já está em festa porque venceu o Corinthians. O Urubu, por sinal, não tem a menor vergonha na cara: foram duas derrotas para o Glorioso. A primeira, em campo, com gols de Herrera e Loco Abreu, contra um de Vágner Mylove (apelidinho suspeito, venhamos e convenhamos). A segunda, quando Papai Joel rejeitou a proposta de se juntar ao grupo da Beira da Lagoa, que terá, brevemente, uma nova UPP instalada dentro do clube. Por quê? Para evitar compras de motos para mães de traficantes, inibir Mylove de ser protegido por bandidos e, por fim, vigiar os frequentadores de bailes funks nas mais variadas e perigosas comunidades da cidade.

Por isso, nada melhor que relembrar (vejam a foto) nossa sensacional conquista, que faz, também, como já disse aqui, uma homenagem aos heróis de 1910, que além de campeões (surrando o Fluminense na final) entraram para o hino do clube. Aliás, eu já vinha pensando nisso muito antes da decisão. E como às vezes tenho premonições – umas boas, outras ruins – senti que 100 anos depois o título seria nosso. Se existem outras vidas (a Globo está passando uma novela que fala nisso), nosso zagueiro Dinorah está dando cambalhotas de alegria onde foi parar, depois de levar um tiro de Euclides da Cunha, ficar paraplégico e se suicidar no Guaíba. Eu não acredito nisso, mas que foi uma bela homenagem, isso foi sem sombra de dúvida.

Quanto à utilização da camisa apelidada de Pierrô, mantenho meu ponto de vista. Respeito a decisão do clube, do marketing alvinegro e da Fila, que fornece nossas camisas. Não quero criar um caso. Mas sou cismado e supersticioso. Se ela não deu certo na estréia, será sempre motivo de gozação. É verdade que já jogamos, no Maracanã, com uma camisa amarela da Suderj (me recordo que Fischer estava no time) e já ganhamos a Taça Teresa Herrera com a camisa do La Coruña, em cima do Juventus (que inspirou a nossa listrada num distante passado, por iniciativa de Itamar Tavares). Mas a camisa de Pierrô...É melhor deixar para lá.

Agora é a hora de contratar reforços para o Brasileiro. E vamos todos torcer para o retorno do craque Maicosuel. Com ele no meio-campo, Herrera e Loco Abreu vão fazer o diabo lá na frente. Não quero dizer com isso que não goste de Lúcio Flávio. Gosto. Principalmente porque ele demonstra uma coisa rara no futebol de hoje: amor pelo clube que joga. E em forma, é um excelente jogador. E para terminar por hoje, uma correção: na lista que fiz dos que fugiram do clube, em 2009, esqueci o nome de Carlos Alberto, hoje no Vasco. Ele pode entrar no time de Diguinho das Boates, André Lima (vira-casaca), Jorge Henrique, Túlio e todos os outros que foram conquistar troféus de lata em novos clubes. Não acreditaram no Botafogo e foi isso que deu. Lamento por Túlio, que, a princípio, sempre me pareceu botafoguense. Mas futebol é assim. Não é como nos tempos do mestre inesquecível Nílton Santos, que só vestiu a camisa alvinegra e a da Seleção Brasileira. E vamos que vamos...

terça-feira, 27 de abril de 2010

Camisa de Pierrô é uma lástima


Respeito o ponto de vista do departamento de marketing do Botafogo e, também, a intenção da diretoria em ter as melhores relações com a Fila, que confecciona as camisas do glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. Mas, pessoalmente, não gosto e jamais comprarei para mim ou amigos essa camisa (apelidada de Pierrô) que Loco Abreu está usando na foto, no amistoso contra o time B do Corinthians no Engenhão. Um clube como o Botafogo que é conhecido por sua linda camisa listrada e ainda tem, como opções, as camisas brancas e negras – variando as combinações com os calções brancos ou negros – não precisa desse estranho uniforme cinza e preto. Além de feio, em minha mais do que modesta opinião, é um uniforme maldito, pois foi estreado numa vergonhosa derrota para o Vasco, na bela campanha de 2010.

É verdade que o Glorioso voltou a usar a camisa Pierrô no jogo da entrega das faixas, no Engenhão, e que o time não tomou conhecimento do come-e-dorme do Corinthians. Mas por que, pergunto eu, os jogadores não receberam as faixas de campeões com as tradicionais camisas listradas, adotadas desde a fundação do clube, com a única diferença dos escudos – o do BFC até 1942 e o do BFR a partir de 1943? É uma jogada do marketing com a Fila? Tudo bem. Foi um sucesso de vendas após a conquista do título? Novamente tudo bem. Mas ela, a cinza e negra, estará sempre marcada pela goleada sofrida. É superstição minha? Aceito. Mas dela não gosto.

Quando um torcedor sair com ela nas ruas do Rio, será sempre gozado por vascaínos, tricolores e adeptos do urubu, mesmo tendo sido este último abatido a tiros na final da Taça Rio e a consequente conquista do título carioca. Varrer a superstição do Botafogo de Futebol e Regatas pode ser uma boa. Mas isso não ocorrerá de uma hora para outra. Vejam todos, por exemplo, a insistência dos torcedores – recebo uma quantidade enorme de e-mails – exigindo o retorno das meias cinza. Por quê? Porque o botafoguense, em sua gigantesca maioria, é supersticioso. E não sabe sequer que o clube já usou meias cinza já na distante excursão à Europa em 1955.

Mas isso não cabe a mim decidir. Mas que não quero o Botafogo vestido de Pierrô, isso não quero. Há outras saídas para um quarto uniforme, se é que o clube dele vai precisar, com tantas combinações que pode fazer com as camisas e calções que tem. Em 1948, por exemplo, Carlito Rocha cismou com o calção negro e o Botafogo foi campeão de calções brancos. Como ficou muito tempo sem ser campeão, voltou aos calções negros em 1957 e destruiu o Fluminense por 6 a 2, na maior goleada até hoje numa decisão de Campeonato Carioca (para não falar nos 24 a 0 sobre o Mangueira, em 1909, recorde absoluto em jogos do futebol brasileiro).

Mas vamos deixar as superstições de lado – eu tenho as minhas e não as revelo a ninguém – para sacanear aqueles que foram embora, como Diguinho das Boates, Jorge Henrique, André Lima (que virou tricolor), Túlio, Juninho, Carlos Alberto, Reinaldo e outros tantos que desistiram do Glorioso e foram ser derrotados em novos clubes. A vingança tarda mas não falha.

E vamos torcer pela volta de Maicosuel, este sim um belo jogador, que está na reserva do time alemão que o arrebatou ao Botafogo, como sempre através de empresários. E não podemos, nós, botafoguenses, deixar de cumprimentar Papai Joel Santana, que decidiu ficar no clube, apesar do capcioso assédio do Clube de Fragatas da Beira da Lagoa. Que o urubu fedorento siga sua atual sina de ter seus jogadores envolvidos em barracos, bailes funks e namoradas interesseiras. E que o microcéfalo Bruno veja mil vezes o gol de pênalti de Loco Abreu e chore, como diria Nélson Rodrigues, lágrimas de esguicho por não entender nada até hoje.

Para terminar por hoje, só por hoje, uma lástima: a ausência de Juanito das Candongas na final da Taça Rio. Ele merecia tomar uma porrada na vitória alvinegra e na conquista do nosso título e acordar chorando pela perda do tão sonhado tetracampeonato que, uma vez mais, o Botafogo evitou. O Botafogo é flórida...

Até a próxima.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Urubu ao espeto, para quem gosta de assados


Diante do Clube de Urubu – situado onde já foi a Favela do Pinto – o Botafogo de Futebol e Regatas completou cinco mil partidas, desde sua fundação a 12 de agosto de 1904. Para os que gostam de números, são supersticiosos ou querem um palpite para o jogo do bicho (que continua rolando solto pela cidade), vamos lá: quando entra em campo, o Glorioso tem 74,46% de chances de não perder, com 50,34% de vitórias e 24,12% de empates. O percentual de derrotas, em 106 anos de existência – inúmeras vezes prejudicado pelos árbitros – é de apenas de 25,54%. E, domingo passado, como mostra o desenho do excelente caricaturista Ique (botafoguense, claro), Joel enfiou o espeto no rabo do urubu e o assou devidamente, como todos nós esperávamos.

E fiquei sabendo de um detalhe curioso: rigorosamente livre das superstições alvinegras, o argentino Herrera – mesmo sem saber que seria expulso pelo árbitro – comprou uma passagem para Buenos Aires para a noite do próprio domingo, certo da vitória sobre o Clube do Urubu. Já o uruguaio Loco Abreu – que cobrou o pênalti mais inusitado que já presenciei num jogo decisivo – havia deixado as malas prontas para viajar com a família para Búzios, que ele queria conhecer. Não posso dizer o mesmo de mim. Supersticioso ao extremo, amando o Botafogo acima de todas as coisas, tomei uma série de ‘providências’ que, infelizmente, não posso revelar.

Não sei ainda, ao escrever essas linhas, quais foram as providências da presidente do Clube do Urubu, Patrícia Amorim, no departamento de futebol do crube. Mas as coisas não andam boas para o chamado Império do Mal, integrado por Adriano da Chatuba, Vágner Rocinha Love e outros menos votados. Por falar em Adriano da Chatuba, gostei de assistir pela televisão (ESPN Brasil) a ironia da comentarista Soninha, analisando a frase do Imperador Balofo de que, ‘vez por outra, é bom dar uns tabefes numa mulher’. É óbvio que o Balofo estava se referindo ao barraco que sua ‘namorada’ armou quando o surpreendeu num baile funk, bem antes da decisão.

O importante, nisso tudo, é que o Botafogo de Futebol e Regatas sagrou-se novamente campeão, justamente em cima do Urubu, que, alisando suas penas fedidas, sonhava em conquistar um inédito tetracampeonato. Tetra que só o Glorioso tem no futebol carioca, em 1932-1933-1934-1935. E o curioso nisso tudo é que o apelido de Urubu – adotado com amor pelo crube – foi dado por um botafoguense, o saudoso Otacílio Batista do Nascimento, que ficou famoso no Rio, já na década de 50, com o apelido de Tarzã. Mas Tarzã se foi alegre, pois estive com ele logo após a conquista de 1989, quando o Alvinegro também abateu a tiros a medonha ave de rapina.

Daqui deste modesto espaço, quero agradecer os e-mails que recebi de botafoguenses que me acompanham no blog, sempre postado pela amiga Malu Cabral, ela, sim, uma alvinegra de corpo e alma e que passa o ano inteiro defendendo o Glorioso em seu blogspot. Por fim, fiquei feliz ao saber que meu neto, Rafael Porto, chegando aos 11 anos, estava presente à nossa vitória, vestindo a camisa da estrela solitária. E não posso esquecer-me de meu sobrinho Bruno Porto, em Xangai, que foi pai pela primeira vez às vésperas de assarmos o urubu. O pequeno Artur é mais um representante da família Porto, como meu filho, Roby, meus irmãos Carlos e Maurício, e outro sobrinho Pedro. Ninguém calará esse nosso amor.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Tetra-vice é o baralho!!!


Depois de destruir a cabine da UPP (Unidade da Polícia Pacificadora) instalada na sede da Gávea, os adeptos do COB (Clube mais Odiado do Brasil) decidiram criar um cartaz para tripudiar sobre os torcedores do Glorioso. Certos da vitória e da conquista inédita (para eles, claro) do tetracampeonato carioca, criaram um cartaz para ser espalhado pela cidade do Rio de Janeiro: tetra-vice. Meu amigo e parceiro César Oliveira descobriu e ele mesmo, com a criatividade de sempre, demonstrou que tetra existe sim, nos baralhos espalhados pelas casas da cidade: Valete, Dama, Rei e Ás. E hoje, neste blog campeão carioca de 2010, passo para os leitores a idéia sórdida daqueles que não esperavam que o Botafogo lhes aplicasse mais uma porrada em final. Tetra é unicamente o Alvinegro, campeão de 1932-1933-1934-1935.

A situação na Gávea é tão grave que até Zico (lembram-se do pênalti perdido contra a França em 1986?) apareceu por lá para dar uma força aos freqüentadores de favelas e doador de motos para a mãe (?) de traficante. Foi uma visita de consolo, claro, porque na última decisão de que participou contra o Botafogo (1989) acabou substituído mais tarde para não testemunhar no final a derrota que surgiu com o gol de Maurício. Não desgosto de Zico, que foi um belo jogador, mas sua ida ao Clube de Fragatas da Beira da Lagoa (CFBL) foi um desperdício. Um desperdício e um risco, pois se misturou a uma corja e poderia até (quem sabe?) ser assaltado na entrada ou na saída do crube (é assim mesmo, crube). Fiquei com pena do ex-Galinho.

Da mesma maneira fico penalizado com a ex-nadadora Patrícia Amorim, que pegou uma gigantesca fria pela proa. Os jogadores andam tendo pesadelos, principalmente com o gol enlouquecido de El Loco Abreu e o pênalti defendido pelo excelente Jefferson. E pior: andam com medo de enfrentar a fúria arrebatadora de Herrera, que poderia partir para cima dos adversários ao invés de atacar o árbitro. Principalmente o covardaço microcéfalo Bruno, que agrediu um aposentado no Chile, o sóbrio sérvio Petkovic, que só pode jogar cinco minutos antes de retornar à sua cadeira de rodas. Logo ele, Petkovic, que num passado distante, fez muito pelo crube.

E ontem, pela televisão, assisti à formatura de milhares de policiais militares, que trabalharão em UPPs. E está nos planos do secretário de segurança tornar a instalar na Favela do Urubu, na Beira da Lagoa, uma nova unidade para evitar possíveis tumultos, assaltos e evitar que jogadores do crube sigam participando de bailes funks em locais ainda dominados pelo tráfico de drogas. Tudo vai depender das prioridades do governo estadual, nas mãos do vascaíno Sérgio Cabral, filho do grande jornalista e meu ex-companheiro de O Globo, Sérgio Cabral. De saída, aviso que não quero dar palpites. Por mim, o clima de bagunça generalizada pode prosseguir na Gávea.

(*) Ontem à noite tive a honra de receber um telefonema do presidente do Botafogo Maurício Assumpção, que me parabenizou pelo título conquistado. Rebati na hora: ‘Maurício, não ganhei nada, rigorosamente nada. Quem ganhou e merece felicitações é você e o grupo que levou o Botafogo ao título de 2010’. Telefone desligado, me lembrei dos 100 anos da conquista de 1910, num time do qual participava o heróico zagueiro Dinorah Cândido de Assis, mesmo com uma bala encravada no pescoço, fruto de um duelo mortal entre seu irmão, Dilermando, e o escritor Euclides da Cunha. Dinorah, gaúcho, foi ficando paraplégico e suicidou-se aos 24 anos na águas do Rio Guaíba. A vitória em 2010 é também uma homenagem a este herói alvinegro, que nada tinha a ver com a rivalidade Dilermando-Euclides.

(**) Por fim, um abraço campeão aos leitores deste meu modesto blog, que anda perto de chegar a 100 mil visitas. Obrigado a todos que seguem me acompanhando.

(***) Essa história, rigorosamente verídica, ocorreu com Paulo César Lima, que se transferiu para o crube em 1972. Quando acabou seu primeiro treino com os urubus, voltou ao estacionamento e verificou que seu carro tinha sido roubado. É mole ou querem mais?

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Botafogo abate urubu a tiros


O Botafogo de Futebol e Regatas – eterno orgulho do futebol mundial – conquistou o título de campeão carioca de 2010 justamente diante de seu mais odiento rival, o Clube de Fragatas da Beira da Lagoa. Todos os urubus que sempre povoaram o lixo da Gávea perderam o rumo de casa, entre eles Adriano da Chatuba, Vágner da Rocinha (protegido dos traficantes), Léo Sioux Moura, o microcéfalo Bruno (que agrediu o cadeirante Petkovic em Santiago) e o suposto treineiro Andrade Tromba de Elefante. Foi pena, muita pena, que Juanito das Candongas (que não joga porra nenhuma) estivesse ausente da partida. El Loco Abreu, Herrera, Jefferson e todos os outros jogadores do Glorioso deram uma bela lição ao mascarado time dos urubus.

E mais: o Botafogo impediu, jogando de maneira febril, armado até os dentes e atirando nos urubus, que o Clube de Fragatas da Beira da Lagoa conquistasse o seu tão sonhado título de tetracampeão carioca. E não foi a primeira vez que isso aconteceu. Assim como a dupla Mercosul, Abreu e Herrera, (poster Globo Esporte. Com) marcou agora, no passado (1956), o paraguaio Cañete fez o mesmo, matando o sonhado tetra do Urubu. E há mais duas curiosidades sobre a vitória: foi a 21 anos que o Botafogo venceu o Urubu por 1 a 0, gol de Maurício, e foi a 100 anos, em 1910, que o Alvinegro espancou o Tricolor por 6 a 1, sagrou-se campeão e seu feito entrou para o hino do clube. Uma homenagem ao trágico destino de Dinorah Cândido de Assis.

O Urubu, agora, vai entrar em crise. Perdeu a taça das bolinhas de gude para o São Paulo, Adriano da Chatuba ficou uma série de partidas ausentes – dizem que para não ser apanhado em exame antidoping – e Andrade Tromba de Elefante está balançando no cargo. Honestamente, a ex-nadadora Patrícia Amorim não sabia que ia pegar tantos problemas pela frente. Outra coisa: parece que as mordomias vão acabar no Beira da Lagoa. Ou o cara joga, e justifica a grana que recebe, ou dá no pé. E pela bolinha que está apresentando, Chatuba corre o risco de não ir à Copa do Mundo, o que seria um belo castigo para um cara que pesa mais de 100 quilos.

Foi pena, muita pena, que Caio não tenha roubado a bola do Microcéfalo Bruno, que se meteu a atacante e foi para a área do Botafogo tentar um gol de cabeça. Ridículo. Mais ridículo ainda e covarde foi ele partir para dentro do cadeirante Petkovic, um senhor de idade que não tem fôlego para jogar mais de cinco minutos. O que o microcéfalo queria? Que Petkovic colocasse um jato em sua cadeira de rodas? Mas falta mesmo senti de Juanito das Candongas. Ele sacaneou tanto o Botafogo nos últimos anos que seria uma glória vê-lo chorando na volta para o buraco que abrigou os urubus no Maracanã. Mas mesmo assim foi uma glória perceber que o chororô agora é dos urubus e que o clima de guerra tomou contra da sede da Beira da Lagoa.

Quanto ao jogo contra o Caracas, mesmo sendo brasileiro vou torcer pelos venezuelanos. Para terminar por hoje, só por hoje, fiquei sabendo que o chinês Chang Xin-Pow e seu filho Changuinho mataram uma porrada de corvos em Staten Island, Estados Unidos, assim que acabou o jogo com a vitória do Glorioso.

Chora, urubu, chora, o título agora é do imbatível Botafogo...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Botafogo dá férias ao Fluminense


Infelizmente para os torcedores do vetusto e elitista Tricolor das Laranjeiras, dessa vez José Marçal Filho – o famoso árbitro da final de 1971 – não pôde comparecer ao Maracanã na noite do último sábado. E assim, desfalcadíssimo de seu ‘santo protetor’, o glorioso Botafogo de Futebol e Regatas, imaculadamente vestido de branco, foi obrigado a decretar férias coletivas aos jogadores e torcedores de seu tradicional adversário (desde 1906). El Loco Abreu, Fahel (foto O Globo On line) e Caio deram um razoável descanso ao artilheiro Fred, Conca, Diguinho, André Lima, Cuca e todos os demais, que estavam certos de que o Alvinegro era ‘pão ganho’.

Sem José Marçal Filho – já veterano – afinal já se passaram quase 40 anos daquela decisão no Maracanã) – o Tricolor ainda contou com a ajuda do estranho árbitro Péricles Bassols, que marcou um pênalti inexistente de Leandro Guerreiro. Mas o castigo já não vem mais a cavalo (vem a jato) e Fred deu um bico no travessão. Mas aí, mais tarde, com 2 a 2 no placar (a foto é após o gol de Fahel), a bandeirinha Lilian Bruno não viu que Herrera, em posição duvidosa, abriu as pernas para deixar passar o chute mortal do garoto Caio para fixar o placar final em 3 a 2 para o Glorioso. Foi uma vitória extraordinária, principalmente porque o Tricolor achava que poderia reeditar a vitória de 2 a 1 que conseguira na Taça Rio, antes do quadrangular.

Sinceramente, mesmo apaixonado pelo Botafogo do meu coração, sou obrigado a dizer que o time não jogou rigorosamente nada no primeiro tempo e já poderia ter entregue o ouro ao bandido. Mas, no segundo tempo, foi para cima do Tricolor, na base do ‘vamos que vamos’ e chegou à vitória. Dizem, não posso afirmar, que todo o elenco do Tricolor saiu do Maracanã direto para um hospital bancado pela Unimed de Celso Barros, o verdadeiro dono do clube de Álvaro Chaves. A rigor, o Fluminense, mesmo tido como imbatível, completou o ciclo de ser derrotado por Botafogo, Vasco e o famoso CRBL (Clube de Regatas da Beira da Lagoa). E assim merece as férias.

Agora, o Botafogo – minha maior paixão imaterial – terá pela frente, pela quarta vez consecutiva, o CRBL, e tem a obrigação de ser campeão carioca e, mais ainda, de novamente evitar a conquista, por eles, do tetracampeonato carioca. A última vez que isso aconteceu foi em 1956, no século passado, quando o ponteiro esquerdo paraguaio Cañete liquidou a fatura e deu, por antecipação, o título carioca ao Vasco. E por falar em Vasco – que insiste em usar aquela camisa medieval – o clube cruzmaltino já poderia ter dado o tiro de misericórdia no CRBL, se Felipe Coutinho, um garoto de 17 anos, não tivesse chutado a bola na trave direita de Bruno microcéfalo.

Mas, como sempre ocorre quando o CRBL está em campo, o árbitro João Batista de Arruda deixou de marcar um pênalti escandaloso do volante Williams, que impediu com o braço uma cabeçada de um atacante cruzmaltino. Àquela altura do campeonato, se marcasse o segundo gol, cobrando o pênalti, o Vasco forçaria uma decisão por tiros livres diretos e poderia, perfeitamente, como fez o Botafogo na véspera, mandar o CRBL para o espaço. Mas, como de hábito, juízes e bandeirinhas em jogo do CRBL devem ser vistos com a maior desconfiança. E Arruda, como sempre ocorre, não marcou rigorosamente nada. De bom, só fez a expulsão de Juan das Candongas, que não poderá enfrentar o Botafogo que ele tanto odeia. Menos mal.

Vamos que vamos...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Chegou a hora de a cobra fumar (*)


Depois da execrável derrota para o Santa Cruz (clube da série inqualificável do Campeonato Brasileiro), é de bom alvitre que o glorioso Botafogo de Futebol e Regatas esteja preparado para enfrentar o Fluminense, sábado, na primeira semifinal da Taça Rio. Inimigo mortal do Botafogo desde 1906 – antes que o Clube da Beira da Lagoa e o Vasco formassem times de futebol – o conhecido Pó de Arroz já nos derrotou agora em 2010 (depois de estar perdendo) e já foi nosso carrasco em outras ocasiões, a pior delas em 1971, com aquele belo gol de José Marçal Filho, quando já estávamos com a mão na taça. Nunca vou esquecer aquela derrota medonha.

Por menos que esteja jogando, Lúcio Flávio vai fazer uma tremenda falta no nosso querido alvinegro de General Severiano, justamente contra o Tricolor, sobre quem conquistamos, há um século, 1910, nosso título histórico (daí a foto que ilustra esse blog como homenagem aqueles heróis). Sei que Papai Joel vai arrumar um substituto à altura para Lúcio Flávio. Mas eu, com 65 anos de Botafogo nas costas, escalaria Herrera no meio-campo e colocaria Loco Abreu e Caio no ataque. E mais: jogaria fechadinho, explorando os contra-ataques, principalmente com Alessandro.

Não temos que nos preocupar com a batalha mortal que travarão domingo, o Clube da Beira da Lagoa e o Vasco. A rigor, preferia que o Vasco acabasse logo com o sonho do tetracampeonato carioca do Simpaticíssimo. Mas nós mesmos poderemos fazer isso – como já fizemos várias vezes no passado – se liquidarmos o Pó de Arroz. Em 1956, estava grudado na televisão quando o paraguaio Cañete, no gol à esquerda das tribunas – bem abaixo da torcida do BL (abreviatura para Beira da Lagoa) – marcou o gol que deles tirou o sonho do tetra campeonato num chute cruzado.

Mas venhamos e convenhamos: o Botafogo precisa saber que hoje o futebol tem um pouco mais de 90 minutos. Deixamos que o BL empatasse conosco nos descontos, recentemente (embora o jogo não tenha tido importância) e permitimos que Cruz Credo (aliás, Santa Cruz) nos eliminasse da Copa do Brasil, em pleno Engenhão, nos minutos finais. Quando Zagallo era técnico do Botafogo e vencíamos por margem estreita no placar, ele, de maneira inteligente, gritava apenas ‘alarga o campo, alarga o campo’. Zagallo queria dizer para os jogadores alvinegros que tocassem a bola para os jogadores que estivessem na laterais, evitando a pressão dos adversários.

O que não podemos, de maneira alguma, é permitir que o Pó de Arroz saia na frente. Esse Botafogo de hoje não tem elenco sólido para ir à frente e arrancar o empate. Será uma desarrumação total, principalmente sem a presença de Lúcio Flávio, que conhece o poder de fogo do alvinegro na palma da mão. E não podemos, também, deixar a partida ir para os pênaltis. Sei que Jefferson e pegador de pênaltis, mas não confio em alguns de nossos cobradores. E se Fred jogar, vai fazer aquela paradinha ignóbil que costuma fazer e que a FIFA ainda não proibiu mas vai proibir.

Mas não podemos nos esquecer de que já somos finalistas desse Carioca (ou Estadual), a partir do momento em que conquistamos a Taça Guanabara. Só não podemos jogar pensando nisso. Quanto mais cedo liquidarmos a fatura, melhor. E importante: o BL não pode ser tetracampeão carioca nem que a vaca tussa.


(*) ‘A cobra vai fumar’ era o lema pintado nos aviões da FAB que foram batalhar na II Guerra Mundial (1939-1945)