segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Botafogo, bicampeão brasileiro


Para mim – e para muitos outros alvinegros – o Botafogo de Futebol e Regatas e apenas campeão brasileiro de 1995, em memoráveis duas partidas contra o Santos. Mas a CBF, que tudo muda de uma hora para outra – baseada em relatórios estranhos, deu ao Glorioso o título de campeão brasileiro de 1968, como campeão da Taça Brasil. No infeliz Natal que tive, com a morte de minha companheira de 22 anos, Ada Regina Guimarães, foi o único presente que recebi – e amainou minha tristeza.

Agora, quer queiram ou não, o Botafogo do meu coração é bicampeão brasileiro de 1968-1995. Por que vou discutir? Por que vou negar? A CBF quis assim e eu aceito, até porque não estou em condições psicológicas de recusar rigorosamente nada. O que vier para amainar a minha dor será recebido de bom grado. E o Botafogo, já disse mil vezes, é o maior amor imaterial de minha vida. E assim será até que o árbitro soe o meu apito final. Levarei comigo estes e (quem sabe?) outros títulos.

E aí está o Botafogo campeão brasileiro de 1968, ligeiramente desfalcado, mas sempre o famoso alvinegro de General Severiano: de pé, de esquerda para a direita, Moreira, Cáo, Zé Carlos, Dimas, Carlos Roberto e Valtencir; agachados, na mesma ordem, Zequinha, Afonsinho, Ferretaço, Humberto Redes e Paulo César Lima. E quem não gostar da idéia, é só mandar uma reclamação para a CBF. O Simpaticíssimo já disse que vai mandar. Ele, Simpaticíssimo, e o Tabajara Futebol Clube.

O chororô agora é na Gávea, onde havia a Favela do Pinto.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Um Natal de tristeza


Estou passando, com a mais absoluta das certezas, o Natal mais infeliz de minha existência. Perdi, há 24 dias, a grande companheira de minha vida, Ada Regina Guimarães. Nós nos conhecemos a 23 anos na redação da Tribuna da Imprensa, eu como editor de esportes, ela como estagiária de diagramação. Começamos a namorar e em 1988 fomos viver juntos em Vila Isabel, com o filho dela, Mário Henrique Bittencourt – hoje advogado do Fluminense – quando ele tinha apenas nove anos. Foi um período maravilhoso, repleto de alegrias, sorrisos e, inclusive, ainda com a presença de meus pais, que já se foram faz tempo.

Poucos anos depois, graças a meu trabalho, já como editor nacional e internacional de O Dia, pude realizar um de seus sonhos: uma viagem ao exterior. Profunda conhecedora de inglês, ela queria conhecer os Estados Unidos. E fomos nós três para Nova York, em fevereiro, onde fomos recebidos por meu filho Roby Porto que nem sonhava em trabalhar como narrador de televisão – na ESPN de lá, no início e na Sportv hoje em dia. Ela tinha tanto medo de avião (jamais havia embarcado num deles) que, enquanto o Boeing taxiava na pista, no Galeão, ela me perguntou aflita:

- Já decolamos?

Quando desembarcamos no Aeroporto Kennedy, meu filho estava nos esperando. Fazia um frio, acreditem, de 17 graus abaixo de zero. Pelas ruas desertas de Nova York só circulavam uns poucos táxis, com correntes nos pneus. Ficamos num hotel modesto, pertíssimo do Central Park – totalmente coberto pela neve – e perto, também do sinistro Edifício Dakota, onde John Lenon (1940-1980) foi assassinado a tiros e também foi rodado o filme de terror de Roman Polanski, em 1968, ‘O bebê de Rosemary’, com Mia Farrow e John Cassavetes nos papéis principais.

Na segunda semana o tempo melhorou. Chegou a 12 graus acima de zero e pudemos aproveitar algumas das atrações daquela que é considerada a capital do mundo. Chegamos a visitar o famoso Empire State, a Broadway, o Lincoln Center e outros lugares que minha memória não está ajudando. Passei meu aniversário lá, dia 22 de fevereiro, num restaurante português que levava o nome de ‘Cabana Carioca’. Para mim, especificamente, não foi uma aventura. Como jornalista, viajei quase o mundo todo – inclusive a Arábia Saudita – e estive quatro vezes nos Estados Unidos. Mas para Ada Regina, foi um sonho. O único que realizou em vida.

Hoje, sozinho em casa, tento relembrar aqueles momentos de muita neve e de raros raios de sol. E sinto uma dor profunda no peito. Nem o fato de o meu Botafogo ter sido agraciado com o bicampeonato brasileiro me alegra. Ela me faz uma falta incomensurável. Jamais esquecerei sua ausência e de seu jeito de caminhar na neve nas calçadas novaiorquinas. Não acredito em outras vidas. Mas a que ela me proporcionou irá comigo até o meu apito final.

Obrigado por ter existido, Ada Regina. Obrigado, mesmo.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Nota de falecimento


Morreu ontem, dia 30, no Rio, na Oncoclínica da Barra da Tijuca, a querida Ada Regina Guimarães, esposa de meu querido amigo Roberto Porto.

Os amigos que quiserem mandar uma mensagem de apoio nessa hora de dor, o e-mail dele é portoroberto@uol.com.br

Atenciosamente
Malu Cabral