terça-feira, 27 de abril de 2010

Camisa de Pierrô é uma lástima


Respeito o ponto de vista do departamento de marketing do Botafogo e, também, a intenção da diretoria em ter as melhores relações com a Fila, que confecciona as camisas do glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. Mas, pessoalmente, não gosto e jamais comprarei para mim ou amigos essa camisa (apelidada de Pierrô) que Loco Abreu está usando na foto, no amistoso contra o time B do Corinthians no Engenhão. Um clube como o Botafogo que é conhecido por sua linda camisa listrada e ainda tem, como opções, as camisas brancas e negras – variando as combinações com os calções brancos ou negros – não precisa desse estranho uniforme cinza e preto. Além de feio, em minha mais do que modesta opinião, é um uniforme maldito, pois foi estreado numa vergonhosa derrota para o Vasco, na bela campanha de 2010.

É verdade que o Glorioso voltou a usar a camisa Pierrô no jogo da entrega das faixas, no Engenhão, e que o time não tomou conhecimento do come-e-dorme do Corinthians. Mas por que, pergunto eu, os jogadores não receberam as faixas de campeões com as tradicionais camisas listradas, adotadas desde a fundação do clube, com a única diferença dos escudos – o do BFC até 1942 e o do BFR a partir de 1943? É uma jogada do marketing com a Fila? Tudo bem. Foi um sucesso de vendas após a conquista do título? Novamente tudo bem. Mas ela, a cinza e negra, estará sempre marcada pela goleada sofrida. É superstição minha? Aceito. Mas dela não gosto.

Quando um torcedor sair com ela nas ruas do Rio, será sempre gozado por vascaínos, tricolores e adeptos do urubu, mesmo tendo sido este último abatido a tiros na final da Taça Rio e a consequente conquista do título carioca. Varrer a superstição do Botafogo de Futebol e Regatas pode ser uma boa. Mas isso não ocorrerá de uma hora para outra. Vejam todos, por exemplo, a insistência dos torcedores – recebo uma quantidade enorme de e-mails – exigindo o retorno das meias cinza. Por quê? Porque o botafoguense, em sua gigantesca maioria, é supersticioso. E não sabe sequer que o clube já usou meias cinza já na distante excursão à Europa em 1955.

Mas isso não cabe a mim decidir. Mas que não quero o Botafogo vestido de Pierrô, isso não quero. Há outras saídas para um quarto uniforme, se é que o clube dele vai precisar, com tantas combinações que pode fazer com as camisas e calções que tem. Em 1948, por exemplo, Carlito Rocha cismou com o calção negro e o Botafogo foi campeão de calções brancos. Como ficou muito tempo sem ser campeão, voltou aos calções negros em 1957 e destruiu o Fluminense por 6 a 2, na maior goleada até hoje numa decisão de Campeonato Carioca (para não falar nos 24 a 0 sobre o Mangueira, em 1909, recorde absoluto em jogos do futebol brasileiro).

Mas vamos deixar as superstições de lado – eu tenho as minhas e não as revelo a ninguém – para sacanear aqueles que foram embora, como Diguinho das Boates, Jorge Henrique, André Lima (que virou tricolor), Túlio, Juninho, Carlos Alberto, Reinaldo e outros tantos que desistiram do Glorioso e foram ser derrotados em novos clubes. A vingança tarda mas não falha.

E vamos torcer pela volta de Maicosuel, este sim um belo jogador, que está na reserva do time alemão que o arrebatou ao Botafogo, como sempre através de empresários. E não podemos, nós, botafoguenses, deixar de cumprimentar Papai Joel Santana, que decidiu ficar no clube, apesar do capcioso assédio do Clube de Fragatas da Beira da Lagoa. Que o urubu fedorento siga sua atual sina de ter seus jogadores envolvidos em barracos, bailes funks e namoradas interesseiras. E que o microcéfalo Bruno veja mil vezes o gol de pênalti de Loco Abreu e chore, como diria Nélson Rodrigues, lágrimas de esguicho por não entender nada até hoje.

Para terminar por hoje, só por hoje, uma lástima: a ausência de Juanito das Candongas na final da Taça Rio. Ele merecia tomar uma porrada na vitória alvinegra e na conquista do nosso título e acordar chorando pela perda do tão sonhado tetracampeonato que, uma vez mais, o Botafogo evitou. O Botafogo é flórida...

Até a próxima.

6 comentários:

Setimi disse...

Fogão tem que jogar sempre com a camisa preta e branca, se não for possivel que jogue com a branca e preta.
Saudações alvinegras

Enéias Teles Borges disse...

Pois é: não achei feia, mas foi estranho ver o jogo pela TV. Parecia um time sem alma...

Abraços.

Fdiego disse...

Mestre Porto, respeito a sua nobre opinião, mas quando olho para essa camisa, não vejo a derrota para o vasco, mas vejo sim a representação de um grande marco dessa campanha de 2010. Vejo a camisa responsável por uma das mais espetaculares viradas da história do futebol carioca nos últimos anos. Vejo, imersa na mais destilada superstição botafoguense, a grande responsável pelo título!
Agora, uma coisa tenho que admitir... feia mesmo!

Abraços!

Chico da Kombi disse...

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Mestre Porto, apesar da estreia infeliz contra o Vasco, o uniforme número 4 do Fogão é lindo e já deu a volta por cima ganhando do Corinthians B na festa das faixas.

Gloriosas Saudações Alvinegras.

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Ronau disse...

Também não gostei nem um pouco dessa camisa, fere além do permitido as tradições alvinegras.

Eraldo Santos Tag DF. disse...

Roberto Porto, saudações alvinegras. Não é só a camisa que é feia. Este calção cinza também é horrível. O Botafogo só é Botafogo quando joga com a imortal camisa listrada, com calções pretos e a meia cinza. Desde quando o vi pela 1ª vez, a alegria de torcer pelo Fogão supera qualquer crise. A camisa listrada é imbatível!! saudações botafoguenses!!