Depois de alguns dias de descanso – afinal somente o amor pelo Botafogo me sustenta aqui neste blog – para parabenizar o clube pelo avanço que conquistou neste Campeonato Brasileiro de 2010, ocupando agora a terceira posição, atrás apenas de Fluminense e Corinthians. Faço questão, também, de cumprimentar a torcida alvinegra que compareceu em peso à partida de sábado, contra o Avaí, pois está ganhando novamente confiança no time. Trinta e cinco mil presentes – com 30 mil pagantes – é uma prova disso. Se passarmos pelo Ceará (alvinegro como nós), aí, sim, o Botafogo poderá pensar pelo menos em disputar a Taça Libertadores.
Aproveito também para saudar a inauguração da estátua de Jairzinho, um dos ídolos co clube, como já foram homenageados Nílton Santos e Garrincha. E faço questão de esclarecer, com as fotos que Malu Cabral postará para mim, que a demonstração de alegria demonstrada por Jair Ventura Filho na estátua foi inspirada num dos gols que ele marcou a 15 de novembro de 1972, quando o Glorioso espancou o Tabajara Futebol Clube (ou Urubu, como quiserem) por 6 a 0 no Maracanã. É uma vitória inesquecível, como tantas que o alvinegro conquistou sobre seu inimigo.
No momento, a única coisa que me preocupa é a escalação do ataque do Botafogo, com Jóbson e Herrera, pois três jogadores de peso ficam no banco a maior parte dos jogos: Loco Abreu (herói da decisão contra o Tabajara no Campeonato Carioca deste ano), Caio Talismã e Édino. Concordo que é uma bela opção tática de Papai Joel, mas deixo a pergunta no ar: será que Loco Abreu concordará em ser banco por muito tempo? Temo que ele queira sair, logo agora que se tornou um ídolo da torcida. Mas ficarei torcendo para que ele volte logo à forma, pois é uma estrela.
A nota triste me foi passada por Felipe Perlingeiro, neto de Ariosto (1928-2010), centroavante do Botafogo na década de 50. Ariosto morreu dia primeiro deste mês, de infecção pulmonar, no Hospital Santa Marta, em Niterói. Por coincidência, num dos meus últimos blogs publiquei uma foto de um time daquela época, cujo ataque era Zezinho, Néca, Ariosto, Otávio Sérgio e Válter (na foto, Néca e Zezinho estão em posições trocadas). Só três leitores conseguiram identificar todos os jogadores no desafio que fiz e que gosto de fazer para ver quantos acompanharam o time.
Não faz muito tempo, conversei com Ariosto pelo telefone (não sei como consegui o número dele). Chegamos a marcar um encontro em Caio Martins (ele sempre morou em Niterói), mas ele me advertiu: ‘Você vai custar a me reconhecer... Engordei muito mesmo...’ Ariosto foi um dos meus artilheiros preferidos e uma vez, em General Severiano, chegou a ser escalado com os braços protegidos por talas, pois não queria ser barrado. Ele, certa vez, fez um gol incrível contra o Urubu (Botafogo 2 a 1), chutado uma bola no ângulo. Creio que terá sido em 1952, mas isso só o Pedro Varanda – a nova Enciclopédia do Botafogo – pode dizer com certeza.
Que a terra lhe seja leve, artilheiro de minha infância...