No blog abaixo, postado pela alvinegra Malu Cabral, mostrei aos torcedores do Glorioso que Garrincha e Gérson haviam jogado juntos no Botafogo. Desta vez, vou mais além e, de meu arquivo, demonstro que não apenas Garrincha e Gérson atuaram juntos como Didi esteve com os dois, numa excursão ao Peru em 1964. Na foto, meio estranha, admito (Manga está esquisito), aparecem de pé Ademar, Élton, Manga, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo (Nílton Santos já estava prestes a parar); e agachados, Garrincha, Gérson, Didi, Jairzinho e Roberto, nosso guerreiro na época.
Na prática, o time jogava com Manga, Ademar (improvisado), Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Élton, Gérson e Didi; Garrincha, Jairzinho e Roberto. Foi uma das últimas apresentações de Didi com a camisa da estrela solitária, pois logo depois ele se transferiria para o Peru (foi técnico da Seleção Peruana na Copa de 1970). Em suas andanças por tantos clubes, Mestre Didi – o homem da folha seca – esteve no Real Madri, voltou ao Botafogo, chegou a fazer alguns jogos em 1962, foi para Lima, retornou ao Botafogo e, por fim, fixou-se em definitivo na capital peruana.
Contratado ao Flamengo em fins de 1963, com o dinheiro da venda do passe de Amarildo ao Milan (Cr$ 150 milhões), Gérson só pôde disputar o Campeonato Carioca de 1964 pelo Botafogo, pois já havia atuado pelo Clube da Beira da Lagoa em 1963, sendo, inclusive, um dos campeões cariocas pelo Tinhoso. Mas foi uma pena. Garrincha estava com os joelhos em pandarecos (perdoem o termo), Didi só queria trocar de clube e restaram, como grandes revelações, Jairzinho e Roberto. O ataque bicampeão de 1967-1968, inclusive, era formado por Rogério Ventilador, Jairzinho e Roberto, com Carlos Roberto, Gérson e Paulo César no meio-campo.
Depois dessa viagem no tempo – que gosto de fazer para mostrar aos jovens por que o Botafogo é o líder em convocações (46) para as seleções brasileiras – volto aos dias de hoje para discordar totalmente de Papai Joel, que disse que o Botafogo fez, contra o Cruzeiro, no Mineirão, uma de suas melhores exibições. Sei que jogamos sem Herrera e Caio (dois bobos trocando empurrões e entrando para o folclore do clube), mas, francamente, Renato Cajá e Edno nada fizeram. Renato Cajá, inclusive, cobrou um pênalti lamentável, no momento em que o Botafogo poderia empatar o jogo, no finalzinho do primeiro tempo. Em resumo. O clube não tem elenco à altura.
De todos, sinceramente, só gostei de Somália, que O Globo, injustamente, deu nota cinco. E, para não dizer que me omiti, o garoto Alex mostrou qualidades. Os demais, fora Cajá e Edno, jogaram o feijão-com-arroz. Falta de sorte, mesmo, teve Alessandro, que teve o empate nos pés, já nos acréscimos, e chutou o empate para fora. Mas temos que reconhecer que o Cruzeiro tem um bom toque de bola e chegou a dominar o Botafogo por um bom tempo. Só não criou chances de gol, a não ser a que significou a nossa derrota, ainda no primeiro tempo. Estávamos invictos há oito jogos e perdemos uma boa marca e nosso lugar entre os quatro primeiros. De bom, mesmo, só a notícia de que Adriano da Chatuba vai deixar o Tinhoso para fazer suas farras em Roma. Nem o Urubu, que é uma bagunça geral, aturou um jogador como ele.
Que vá para sempre, Adriano...