Há alguns anos, um jornalista rubro-negro – certamente ressentido pelas derrotas sofridas no gramado – escreveu um livro de quase 500 páginas abordando o alcoolismo de Garrincha (1933-1982) e sua morte prematura aos 49 anos. Não me recordo de um só trecho em que falasse do gênio que foi Manoel dos Santos, não apenas no Botafogo como na conquista do bicampeonato mundial no Chile em 1962.
Eu sou Botafogo apaixonado, não gosto do Flamengo (vejam que não escrevi o adjetivo pejorativo ‘Tinhoso’) mas não vou escrever uma única e escassa palavra sobre o caso do goleiro Bruno no desaparecimento da jovem Elisa Samúdio. Já basta o que o clube da Gávea sofreu com Adriano da Chatuba e Vágner Love da Rocinha, o que me levou, ironicamente, a sugerir que fosse implantada na Gávea uma UPP.
Mas o caso de Bruno me parece gravíssimo. Trata-se de um caso de polícia, da Divisão de Homicídios. Mesmo detestando o Flamengo, como adversário nos campos de futebol da vida, me recuso a tratar do assunto. Sou um cronista esportivo e não um repórter policial. Não vou repetir aqui, em meu blog, a sacanagem sofrida por Garrincha, sua doença provocada pelo álcool e suas estripulias fora de campo.
O caso do goleiro Bruno é um caso de polícia, repito. O de Garrincha era um caso de doença, de dependência física com o álcool – para não citar os problemas vividos por ele com as artroses incuráveis que sofria nos joelhos. Para mim, a carreira de Garrincha terminou a 15 de dezembro de 1962, quando ele, pelo alvinegro, liquidou o Flamengo na final do Campeonato Carioca de 1962, marcando dois gols e provocando o terceiro, contra, de um zagueiro rubro-negro. O Flamengo, como clube de futebol, com a torcida que tem, não merece que eu deste caso me aproveite.
Por uma questão de ética profissional, não escreverei sobre o assunto. Não sei se jornalistas rubro-negros (como o que colocou Garrincha abaixo de zero) fariam o mesmo. Creio que não, principalmente se o alvo fosse o Glorioso.
Como diria o rubro-negro Kleber Leite, me incluam fora dessa.
6 comentários:
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Comparando o comportamento do Mané com o do goleiro do Flamengo, o Santo Mané Garrincha das Santas Pernas Tortas foi um verdadeiro ultra-zen Monge Budista.
O Mané tomava suas biritas, mas não se tem registro que batia em mulher, que sequestrava e mandava matar as fêmeas que engravidava pelo mundo a fora.
Mané, nelas!, digo, Loco 13 neles!
Gloriosas Saudações Alvinegras.
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Pois é, mestre.
De repente tivemos que nos esquecer do Brasil de Dunga e da Copa do Mundo em si. Eis que o futebol tomou conta, na TV e nos jornais, de forma tenebrosa: assunto de polícia.
Fico me perguntando: o que a Patricia Amorim fez, para merecer essa tormenta? Simpatizo com ela, mesmo sendo do Flamengo.
Uma pena.
Mestre Porto,
O urubu, como bem os qualificou o saudoso TARZAN, alimentam-se de carne em putrefação.
Que eles se explodam!
Abs e Sds, Botafoguenses!!!
Caro Roberto, dois episódios me vêm à cabeça: o goleiro "defendendo" seu amigo Adriano, e fazendo cara de traseiro ao receber premiação de 3°melhor do brasileirão. Não fui procurar, mas se não me engano você mesmo, aqui neste espaço, já chamou o bruno de mau-caráter. Hoje em dia isto é até carinhoso, pois os adjetivos a ele são, infelizmente, muito piores.
Olá Roberto!
O senhor está falando da biografia do Ruy Castro? Se sim, acho que há um engano, o jornalista rubro-negro enaltece o gênio não só futebolístico como o bom humor do nosso ídolo do começo ao fim do livro.
Só trata do alcoolismo mesmo na segunda parte do livro, que é aquela tragédia que todos nós sabemos, o que não foi inventado, foi o desfecho da vida do nosso craque, o que não desmerece sua carreira de maneira alguma.
Um forte abraço!
Hugo, Brasília.
Hugueram acho que você leu outro livro, porque o do Rui Castro faz sim do nosso Mané apenas um alcóolatra.
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