A Hungria, sob o regime comunista, chegou em 1954 ao Mundial da Suiça como favorita absoluta para conquistar o título. Campeões olímpicos de 1952, em Helsinque, Finlândia, os húngaros, no ano seguinte, deram um verdadeiro baile na Inglaterra, em Wembley (6 a 3), diante de 100 mil espectadores.
Na revanche, em Budapeste, foi pior: o time dos craques Ferenc Puskas, Sandor Kocsis, Zoltan Czibor e Jozef Bozsik aplicou nos ingleses a histórica goleada de 7 a 1. Fora os húngaros, como forças secundárias, apareciam na Suiça, que jogava em casa, o Uruguai (campeão mundial em 1950), e o Brasil (campeão Pan-Americano de 1952), sob a direção de Zezé Moreyra (1907-1998).
Dos derrotados pelos uruguaios em 1950, Zezé Moreyra praticamente não levou ninguém entre seus jogadores titulares, formando uma equipe com Carlos Castilho, Djalma Santos, Pinheiro e Nílton Santos; Brandãozinho e José Carlos Bauer (remanescente de 50); Julinho Botelho, Didi, Baltazar, Pinga e Rodrigues, que carregava com ele o apelido de Rodrigues Tatu. A Seleção Brasileira estreou goleando o fraquíssimo México por 5 a 0 e, logo depois, empatou em 1 a 1 com a Iugoslávia da época, não tão dividida em vários países como hoje.
Mas a famosa ‘Batalha de Berna’ acabou definida por sorteio para o terceiro jogo. O clima em Macolin, nas cercanias de Lausanne, foi o pior possível quando todos souberam que iriam enfrentar a Hungria. Ainda garoto de colégio, me recordo de ter ouvido no rádio uma frase histórica de Pinheiro a respeito do sorteio:
- É, agora vai ser difícil...Vamos ter que enfrentar os húngrios (sic)...
Na revanche, em Budapeste, foi pior: o time dos craques Ferenc Puskas, Sandor Kocsis, Zoltan Czibor e Jozef Bozsik aplicou nos ingleses a histórica goleada de 7 a 1. Fora os húngaros, como forças secundárias, apareciam na Suiça, que jogava em casa, o Uruguai (campeão mundial em 1950), e o Brasil (campeão Pan-Americano de 1952), sob a direção de Zezé Moreyra (1907-1998).
Dos derrotados pelos uruguaios em 1950, Zezé Moreyra praticamente não levou ninguém entre seus jogadores titulares, formando uma equipe com Carlos Castilho, Djalma Santos, Pinheiro e Nílton Santos; Brandãozinho e José Carlos Bauer (remanescente de 50); Julinho Botelho, Didi, Baltazar, Pinga e Rodrigues, que carregava com ele o apelido de Rodrigues Tatu. A Seleção Brasileira estreou goleando o fraquíssimo México por 5 a 0 e, logo depois, empatou em 1 a 1 com a Iugoslávia da época, não tão dividida em vários países como hoje.
Mas a famosa ‘Batalha de Berna’ acabou definida por sorteio para o terceiro jogo. O clima em Macolin, nas cercanias de Lausanne, foi o pior possível quando todos souberam que iriam enfrentar a Hungria. Ainda garoto de colégio, me recordo de ter ouvido no rádio uma frase histórica de Pinheiro a respeito do sorteio:
- É, agora vai ser difícil...Vamos ter que enfrentar os húngrios (sic)...
Poucos sobraram vivos daquela partida disputada sob tensão no Wankdorf Stadium, em Berna. O Brasil, com a equipe alterada, jogou com Castilho (1927-1987), Djalma Santos (1929), Pinheiro (1932) e Nílton Santos (1925); Brandãozinho (1925-2000) e José Carlos Bauer (1925-2000); Julinho (1929-2003); Didi (1928-2001), Índio (1931), Humberto Tozzi (1934-1980) e Maurinho (1933-1995). A Hungria, que venceu por 4 a 2 e eliminou o Brasil, colocou em campo Gyula Grosics (1926), Jeno Buzansky (1925) e Mihaly Lantos (1928-1989); Gyula Lorant (1923-1981), Jozsef Bozsik (1925-1978) e Jozsef Zakarias (1924-1971); Joszef Toth II (1929), Sandor Kocsis (1929-1979), Nandor Hidegkuti (1922-2002), Mihaly Toth (1926-1990) e Zoltan Czibor (1929-1997).
Pelo Brasil, não jogaram Baltazar (1926-1993), Pinga (1924-1996) e Rodrigues Tatu (1925-1988) e, pela Hungria, Ferenc Puskas (1927-2006) e Laszlo Budai II (1928-1983). Os cronistas da época disseram que Baltazar, Pinga e Rodrigues fugiram da raia, com medo da Hungria.
Correu, inclusive, o boato que na concentração de Macolin eles teriam ingerido tubos de pasta de dentes para alegar diarréia no dia da partida. Puskas não pôde jogar pois foi covardemente atingido no tornozelo pelo alemão Liebrich, nas oitavas-de-final, quando a Hungria venceu por 8 a 3. Mancando e poupando-se, Puskas só voltou para disputar a final, que a Alemanha Ocidental venceu por 3 a 2 e conquistou seu primeiro título mundial. A arbitragem do inglês William Ling foi considerada suspeita, pois anulou um gol legítimo de Puskas, no segundo tempo. Em meio à chamada ‘Guerra Fria’, comentou-se na época que a Hungria, país ‘satélite’ da antiga União Soviética, não poderia jamais ser campeã do mundo, pois premiaria o comunismo, vigente em vários países do Leste Europeu.
Ao final de Hungria x Brasil, houve um tumulto generalizado nos vestiários, um ao lado do outro. O Brasil teve Nílton Santos e Humberto expulsos, enquanto a Hungria teve somente Boszik. Daí vem o apelido de ‘A Batalha de Berna’ Dessa verdadeira guerra campal, pelo Brasil restam quatro vivos: Djalma Santos, Pinheiro, Nílton Santos e Índio. Pela Hungria, só sobraram três, Grosics, Buzansky e Toth II. Ambas as seleções tiveram suicidas: Castilho, pelo Brasil, e Kocsis, pela Hungria.
Após o Mundial, Nélson Rodrigues (1912-1980) gozava seu colega de resenha esportiva Armando Nogueira, que vira na Hungria um time imbatível. Quando queria provocar Armando, Nélson dizia simplesmente ‘A Seleção Húngara do Armando Nogueira’, como que insinuando claramente que não havia equipe tão brilhante assim.
(*) Na foto, perfilados, no dia do jogo, cantando o Hino Nacional, estão, da esquerda para a direita, Índio, Didi, Humberto, Maurinho, Djalma Santos, Brandãozinho, Nílton Santos, Pinheiro, Julinho, Castilho, Bauer e o massagista Mário Américo, verdadeiro ‘papagaio de pirata’ nas fotografias do Brasil.
2 comentários:
Mais uma grande história! Amigo Porto, tudo de bom neste novo ano que se inicia.
Felicidades e saudações gloriosas!!!
Caro chefe, sensacional o post. E acrescento mais alguns fatos sobre esse jogo. Na pancadaria depois da partida, Zeze Moreira chutou uma chuteira no ministro dos Esportes da Hungria, mostrando que a confusao foi caprichada. E , meio atrasado, Feliz Ano Novo, com o Botafogo novamente campeao, no centenario de 2010.
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