Logo após a publicação do Datafolha sobre o número de torcedores de cada clube no Brasil, o Ibope, de Carlos Augusto Montenegro, revelou outra – com pequena margem de diferença – que aponta o Glorioso Botafogo de Futebol e Regatas com quase seis milhões de adeptos no universo de 193 milhões de habitantes do Brasil. Com este resultado, o Alvinegro é o 12º colocado (olha o número 12 aí outra vez), com 5 milhões 983 mil torcedores, de norte a sul do país. O curioso, pelo menos para este apaixonado botafoguense, é que o clube de General Severiano surge à frente do Esporte Clube Bahia e do Fluminense, que ocupam empatados a 13ª posição.
O Ibope ouviu a opinião de 7.109 pessoas em 141 cidades do Brasil e, evidentemente – não é rigorosamente novidade – apontou o Clube de Fragatas da Beira da Lagoa em primeiro lugar, seguido do Corinthians e, logo depois, do São Paulo Futebol Clube. Palmeiras e Vasco aparecem logo a seguir e, surpresa das surpresas, o Sport Club do Recife surge à frente do Botafogo, na 11ª posição. Quanto a posição do clube pernambucano tenho lá minhas dúvidas, e explico, baseando-me no fato de experiência pessoal com a própria família Porto, originária de Pernambuco.
Sem a menor criatividade, o Sport usa o mesmíssimo uniforme do Urubu, desde tempos imemoriais. Meu pai, por exemplo (já não conta, pois já se foi) era torcedor do Sport e do Urubu. Mas os Porto que restaram – e são inúmeros – são adeptos do Sport e do Beira da Lagoa. Em resumo, quem é Sport é também Urubu, pois ninguém vai me convencer que disputando com Santa Cruz e Náutico o Sport tenha tantos torcedores pelo Brasil afora. Quem tinha o mesmo uniforme medonho era o Atlético Paranaense – que ontem derrotou o Botafogo de virada – e, hoje, tem sua primeira camisa igual à do Milan, da Itália. Mas há outros rubro-negros, como o Vitória (BA).
Quero que meus leitores saibam que não contesto a liderança insofismável do Urubu velho de guerra. Na época do Rio de Janeiro capital do Brasil, os que aqui chegavam adotavam logo um Urubu para colocar na mesa de cabeceira. Querem um exemplo típico? Pois lá vai: Ary Barroso, nascido em Ubá (MG) era Fluminense. Quando desembarcou no Rio, virou a casaca. São raros os exemplos dos que vieram do Nordeste, como os Rodrigues (todos tricolores), que, pernambucanos, mantiveram o tricolor no coração, como meu saudoso amigo Nélson Falcão Rodrigues.
A 12ª colocação do Botafogo não me aborrece. Conheço o clube na palma da mão e sei muito bem que, mesmo com 12° Clube do Século XX da FIFA, recordista em convocações para a Seleção Brasileira (46 jogadores), o Glorioso tropeça em suas próprias pernas. Com o timaço que teve na década de 60, não aproveitou a força que tinha, embora tenha conquistado campeonatos, torneios e ficado famoso. E os 20 anos sem título – venceu na 21ª oportunidade – o afetaram bastante. Sem sede (vendida à Vale) e com times tipo do Camburão (invenção do tricolor Deni Menezes em 1977), o Botafogo custou a levantar a cabeça, o que ocorreu no título brasileiro de 1995.
Já o Fluminense empata com o Bahia, na 13ª posição, mesmo com o impulso dado por Francisco Horta, na época da Máquina. E já ía me esquecendo: em Salvador, o Vitória, com o uniforme do Tinhoso, também ajuda na força do Urubu.
Já Atlético Mineiro e Ceará dão uma força longínqua ao Botafogo, por causa da camisa listrada de preto e branco. Em Minas, em BH e no interior, o Glorioso tem uma grande e apaixonada torcida. E um exemplo é o finado Tarzã, atleticano doente e que no Rio transformou-se em chefe de torcida do Botafogo.
3 comentários:
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FORÇA FOGÃO!
Herrera neles!
Gloriosas Saudações Alvinegras.
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Roberto Porto, saudações alvinegras. Vi uma matéria em um jornal - não me lembro qual - logo depois daquela terrível derrota para o Juventude, na final da Copa do Brasil de 1999, que o Botafogo tinha 11 milhões de torcedores, com os dirigentes do clube, na época, fazendo promessas de montar um time forte para disputar o brasileirão daquele ano, coisa que não aconteceu. Quanto ao fato de o Flamengo ter a maior torcida, na minha opinião, tudo isto é fruto de pura "Massificação", fenômeno típico dos meios de comunicação, como a TV, por exemplo. Basta observar o lema do time da beira da Lagoa: "O mais querido do Brasil", como se todo cidadão brasileiro fosse rubro-negro. Entretanto, o Botafogo, como você mesmo citou, frustra os seus torcedores, tropeçando nas próprias pernas, como na quarta-feira,derrotado por uma galinha morta. Isto desanima o torcedor, dando a impressão de que a torcida é pequena. Tomara que o Maicosuel e o Jóbson voltem logo, estamos precisando. Saudações alvinegras!!!
Mestre,
Concordo com as suas observações. Uma dúvida: O Deni Menezes não é botafoguense? Digo isso em razão do que disse o Washington Rodrigues (Apolinho) que disse, em 1989, que mesmo sendo flamenguista ele parabenizava o Deni, Márcio Guedes e outros ilustres botafoguenses...
Em tempo: uma torcedora botafoguense disse que o Fogão é um teime de "massa". Referia-se à massa cinzenta.
Saudações gloriosas.
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