O atacante Jobson (foto Agência Estado) está de volta ao Botafogo. Ele fez sucesso nas últimas rodadas do Brasileiro de 2009 e pode ser apontado como um dos responsáveis pela manutenção do Glorioso no Brasileiro de 2010. Sem dúvida alguma é um belo reforço para Papai Joel. Mas fica uma dúvida: como o técnico armará o ataque alvinegro depois da Copa do Mundo? Herrera e Loco Abreu? Ou recuará Herrera e colocará Jobson e Loco Abreu na frente? E mais uma dúvida: e Caio, o Talismã Alvinegro? E mais outra: e se Maicosuel vier da Alemanha como quer o presidente Maurício Assumpção? De qualquer maneira é bom ter essas dúvidas.
Tudo isso, felizmente, me faz lembrar o Botafogo dos velhos tempos, quando os treinos em General Severiano eram uma atração à parte com tantos craques em campo. Já publiquei aqui em meu blog fotos de Garrincha jogando com Gérson e de Didi no mesmo ataque que o Canhotinha de Ouro. E mais: estavam surgindo, a todo vapor, com bola cheia, Jairzinho, Roberto e Arlindo, e ainda tínhamos, como reservas, Ronald, Paulistinha, Neivaldo e Édson Praça Mauá. E não se esqueçam de que pouco antes de 1959 lá estava com a camisa oito (não gostava da nove) Paulo ‘Catimba’ Valentim, para não falar em Quarentinha, o maior artilheiro da história do clube.
Não sou botafoguense apenas dessa época. Muito antes da Era Garrincha eu já me apaixonara pelo clube, na época de Heleno e de Paraguaio, Geninho, Pirillo, Otávio e Braguinha. Vivi também os melhores momentos de Dino da Costa e Vinícius – vendidos para o futebol italiano – mas a compra do passe de Didi, em 1956, foi uma cartada decisiva. Basta dizer que em 1962, na Copa do Mundo do Chile, o Botafogo tinha na equipe titular nada menos do que cinco jogadores: Nílton Santos, Garrincha, Didi, Amarildo e Zagallo, este último contratado ao Tinhoso logo após a Copa de 58.
Se tudo der certo – e já está dando – Maurício Assumpção trará de volta o Botafogo velho de guerra que se transformou, na época, no 12º maior clube do Século XX. Faço questão de não desmerecer outras equipes, como as das conquistas do bicampeonato de 1989-90 e do belo esquadrão de 1997, com jogadores como Paulo Criciúma, Mauro Galvão, Wilson Gottardo, Maurício, Carlos Alberto Santos, Carlos Alberto Dias e tantos outros que só fizeram aumentar ainda mais a minha paixão por esse clube tão diferente, que conseguia reunir torcedores como Sandro Moreyra, João Saldanha, Luiz Mendes, Vinícius de Moraes, Fernando Sabino e Otto Lara Resende.
Meu amor pelo Botafogo é tão grande que cheguei a torcer para o Uruguai por causa do Loco Abreu na partida em que ele entrou na Copa do Mundo da África. E fiquei frustrado porque ficou no banco no segundo jogo. Que me perdoe Herrera, mas torcer para a Argentina, mesmo ele não estando lá, não dá. Com Maradona dizendo o que diz, afivelando uma máscara gigantesca (como diria o tricolor Nélson Rodrigues), é impossível. Mas mesmo numa Copa do Mundo, mesmo querendo o hexa, não consigo deixar de pensar no Botafogo, no título carioca de 2010 e na faixa de campeão que ilumina o meu escritório aqui no Recreio dos Bandeirantes. O Botafogo é quase meu. A Seleção Brasileira é de todos. Em poucas e resumidas palavras, como diria o jornalista Hélio Fernandes, da Tribuna da Imprensa, repito que torço pelo hexa. Mas o meu amado Botafogo de Futebol e Regatas não me sai da cabeça. O que posso fazer?
(*) Não se esqueçam: na próxima segunda-feira será lançado, na sede de Venceslau Brás, o livro “21 de 21’, dos meus amigos Casé e Paulo Marcelo. Eu lá estarei, comemorando com eles e todos vocês, alvinegros, a vitória sobre o Tinhoso naquele dia 21 de junho de 1989. Infelizmente não fui ao Maracanã. Estava trabalhando, editando o esporte da Tribuna da Imprensa. Mas meu filho, Roby Porto, da Sportv, me representou. Eu só pude acompanhar a partida histórica pela TV.
4 comentários:
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Sou Uruguai desde aquele pênalti magistralmente cobrado pelo Loco 13, na final da Taça Rio, contra o Flamengo.
Força Celeste Olímpica!
Loco 13 neles!
Gloriosas Saudações Alvinegras.
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Mestre,
Eu pretendo comprar o livro. No Natal eu me presenteei com o seu livro, naquele KIT do Botafogo, feito no final do ano.
Eu também estou pensando como o Joel montará o time. Ainda mais agora que o Lúcio Flávio voltou a jogar o que sabe.
Abraços.
Roberto Porto, saudações alvinegras. Parece que o Botafogo vai montar um plantel capaz de disputar o título do brasileirão, neste segundo semestre. Que bom que o Jóbson está de volta. Agora só falta o Maicosuel. E mais um bom zagueiro também. Se o Joel armar o time pra frente, o Fogão vai disputar o título. Isto é ótimo!!! Saudações botafoguenses!!
PREZADO ROBERTO PORTO! É COM GRANDE SATISFAÇÃO QUE INICIO MEU ACESSO AO BLOG! JÁ QUE VC CITOU O GRUPO VENCEDOR DE 89/90, QUERO TAMBEM REGISTRAR AQUI, QUE COMECEI A ASSISTIR O CAMPEONATO CARIOCA DE 89 PELA GLOBO. MAS, VEJA VC O QUE É A SUPERSTIÇÃO! NAQUELE JOGO EM QUE O BOTAFOGO CONSEGUIU EMPATAR EM 3 X 3 COM O FLA, A GLOBO PERDEU SINAL QUANDO ESTAVA EM 3 X 2. MUDEI RAPIDINHO PRA MANCHETE, MESMO SEM AUTORIZAÇÃO DO MEU PAI, QUE EMBORA BOTAFOGUENSE TAMBÉM, GOSTAVA DAS TRANSMISSÕES DA GLOBO! PRA NOSSA FELICIDADE, O TAMBÉM BOTAFOGUENSE MÁRCIO GUEDES ESTAVA FAZENDO A TRANSMISÃO, O CONVIDADO DESSE DIA FOI O JÁ FALECIDO ATOR EDUARDO DOLABELLA FLAMENGUISTA DOENTE, E OS COMENTÁRIOS ERAM FEITOS, JOGO SIM, JOGO NÃO, POR NINGUÉM MAIS, NINGUÉM MENOS QUE ESSE OUTRO BOTAFOGUENSE QUE APARECE DIRIGINDO O FUSQUINHA AÍ EM CIMA! ISSO MESMO! O "JOÃO SEM MEDO" JOÃO SALDANHA. NAQUELA "MARMELADA" DA DEFESA DO FLA, O FOGÃO CONSEGUIU EMPATAR, E FIM DE JOGO! RESUMO: À PARTIR DESSE DIA, CONSEGUI CONVENCER MEU PAI A ASSISTIR TODO O CAMPEONATO, PELA MANCHETE, MESMO PORQUE EM NOSSA CASA SÓ HAVIA UM APARELHO DE TV NA ÉPOCA! TAÍ GENTE! SÓ PRA RELEMBRAR! ABRAÇOS A TODOS QUE VISITAM O BLOG!
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