sábado, 19 de junho de 2010

Túlio Maravilha era o Botafogo


Em meu último blog, propositalmente, deixei de falar em Túlio Humberto Pereira da Costa, mais conhecido pelos torcedores como Túlio Maravilha (foto). Campeão brasileiro pelo Botafogo, em 1995, tenho a mais concreta e absoluta certeza de que ele foi o maior ídolo alvinegro dos últimos tempos. Irreverente, provocador, Túlio, em poucas temporadas com a camisa da estrela solitária, transformou-se no oitavo maior artilheiro da história do clube de General Severiano, com nada menos do que 155 gols, superado, claro, por jogadores como Quarentinha (308), o líder absoluto até os dias de hoje, e atrás, também, de Carvalho Leite, Garrincha, Heleno de Freitas, Jairzinho, Nilo Murtinho Braga e Otávio Sérgio de Moraes, que atuaram mais vezes.

Pode ser – vejam que escrevi pode ser – que Loco Abreu, Herrera ou Caio Talismã o superem em popularidade. Mas eu, como botafoguense apaixonado, acho difícil, muito difícil. Túlio Maravilha, no auge de sua primeira passagem pelo Botafogo, de 1994 a 1996, foi certamente responsável pelo surgimento de novos torcedores do Botafogo, que hoje, segundo o Ibope, é o 12º clube na preferência de todos os brasileiros (93 milhões de habitantes, segundo o último censo), superando, inclusive o Fluminense. Mas Túlio, apesar de ter todo o Botafogo na mão, decidiu tentar a sorte no Corinthians e, depois, no Tricolor das Laranjeiras. E lá se foi o ídolo.

Depois de Túlio, como maiores artilheiros, aparecem Roberto Miranda, Dino da Costa, Amarildo, Paulo Catimba Valentim, Nílson Dias, Mendonça, Geninho, Didi, Moisés Ferreira Alves, o Zezinho, Paschoal, Patesko e Gérson Canhotinha de Ouro. Orgulhosamente, posso dizer que só não vi envergar a gloriosa Carvalho Leite, Nilo, Paschoal e Patesko – que não foram do meu tempo. É verdade, também, que só vi Heleno de Freitas jogar duas vezes, contra América (Botafogo 3 a 2) e Fluminense (Botafogo 2 a 1), no distantíssimo Campeonato Carioca de 1947. Mas tive a sorte de assistir a todos os demais e gostava muitíssimo de Paulo Catimba Valentim.

Confesso que guardo por isso – pelo fato de deixar o Botafogo no dia da posse de José Luís Rolim – tentado por proposta do Banco Excel Econômico, certa mágoa de Túlio Maravilha. Sei que ele é (ainda joga atrás do milésimo gol, quase aos 40 anos) profissional e viu uma oportunidade de ouro pela frente. Mas o Botafogo perdeu o charme que tinha com ele em campo. Túlio era o Botafogo personificado, acreditem ou não meus leitores. A tal ponto que na Taça Guanabara de 1995, o Tinhoso escalou um zagueiro, um tal Aguinaldo, com o único intuito de provocar sua expulsão. O Glorioso perdeu o jogo (aquele da falha de Márcio Theodoro) e o árbitro, Léo Feldman, não percebeu a armação e expulsou Túlio e o idiota do Tinhoso.

A meu favor, tenho o depoimento do excelente radialista Waldir Luiz – ex-companheiro na Rádio Nacional – e que sabe tudo de Botafogo. Waldir concorda comigo que Túlio conquistou milhares de torcedores para o Glorioso, mas trocou a idolatria alvinegra pelo dinheiro do Excel Econômico e pela reserva no Corinthians.

Por isso, por tudo isso, não o incluí no blog onde falo na volta de Jobson. Mas não posso negar, de modo algum, que Túlio Maravilha foi, repito, o grande ídolo do Botafogo nos últimos tempos, mesmo comparando-o aos heróis da conquista de 1989, quando o alvinegro quebrou um jejum de 21 anos.

Por causa desses heróis, Casé e Paulo Marcelo escreveram um livro sensacional com o título ‘21 depois de 21’. Mas eu não podia, de maneira alguma, deixar de falar em Túlio e na importância que ele teve no Botafogo. Mesmo guardando certa mágoa em meu alvinegro coração.

3 comentários:

Enéias Teles Borges disse...

O Botafogo tem o hábito de trazer de volta artilheiros esquecidos. Lembram-se do Chicão (ex Ponte Preta)? No Glorioso ele jogou demais. Túlio é a imagem máxima do título de 1995.

Saudações!

snoopy em p/b disse...

o maior idolo que jah vi jogar pelo meu botafogo.

Chico da Kombi disse...

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Força, Fogão!
Força, Uruguai!

Loco 13 neles!

Gloriosas Saudações Alvinegras.

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