quarta-feira, 12 de maio de 2010

As mais belas camisas


Toda vez que o Botafogo anuncia novas camisas, tremo de medo. Não sei qual a razão, mas me recordo de um uniforme alvinegro que o Glorioso lançou no início da década de 70, com umas listras exageradamente largas. Na falta de outra, fui obrigado a colocar na capa da revista Grandes Clubes Brasileiros (da então Rio Gráfica, hoje Editora Globo) uma foto de Jairzinho, com a tal camisa, junto a Fischer, com um uniforme normal. Na época, trabalhando na Editora Bloch, fiz para a Rio Gráfica três revistas: Botafogo, Santos e Palmeiras, tudo na base do free-lancer. A que me deu mais trabalho foi a do Palmeiras, que me obrigou a viajar a São Paulo para colher fotos de arquivo, da época em que o Palmeiras era o Palestra Itália.

Mas as camisas boladas pela Fila (foto Globo Esporte) são bonitas e bem representativas. Felizmente, a camisa estilo pierrô parece ter sido devidamente deletada. Mas para meu gosto, as mais belas camisas do Botafogo foram as de 1947 (tenho foto de Heleno usando uma delas), ao estilo das que o River Plate usava na época. Mas como tinham botões (pareciam camisas esporte) foram abandonadas em 1948, no mesmo ano em que Carlito Rocha exigiu que o time usasse calções brancos. Os calções negros, oficiais, só voltaram em 1957 e tanto em 1948 como em 1957 o número 12 no final dos dois anos aparece como símbolo de uma nova superstição.

Sobre a goleada de 6 a 2 imposta ao Fluminense na decisão de 1957, há uma história curiosa que acho que já contei aqui. Quando Telê Santana assumiu a Seleção Brasileira, que disputou as copas do mundo de 1982 e 1986, ficamos amigos e diariamente corríamos no calçadão do Leme e, depois, dávamos um mergulho no mar. Numa dessas vezes, perguntei a ele por que ele tinha trocado pontapés com Didi, no centro do campo, em 57, sem que o árbitro Gama Malcher tomasse conhecimento.

Ele me contou que logo após o Botafogo ter marcado o quarto gol, colocando 4 a 1 no placar, já no segundo tempo, ele chamou Nílton Santos e Didi e disse o seguinte:

- Olha, parabéns a vocês...Já são campeões e estão jogando uma partida excepcional. Mas peço um favor: chamem o Garrincha e peçam a ele que pare com o baile que ele está dando no Altair e no Clóvis... É desmoralizante...

Se Nílton e Didi disseram algo a Garrincha, de nada adiantou. Garrincha seguiu dando seu baile, marcou o quinto gol, cara a cara com Castilho, e deu o passe para Paulo Valentim fazer o sexto. Àquela altura o placar marcava 6 a 1. Telê, então, discutiu com Didi e os dois trocaram pontapés. No final do jogo, Valdo diminuiu para 6 a 2, quase que para rimar ‘foi 6 a 2 no pó-de-arroz’ (maior goleada numa final de Campeonato Carioca). É claro que depois Telê e Didi voltaram a ser amigos.

Mas ficou uma dúvida no ar: será que Nílton e Didi chegaram a falar alguma coisa com Garrincha? Ninguém sabe. E se falaram, Garrincha não tomou conhecimento da advertência e foi em frente, incluindo até Pinheiro em seus dribles.

Conto essa historinha porque passei a admirar a figura de Telê Santana, que se tornou meu amigo. Eu brincava muito com ele porque, ainda juvenil, vindo de Minas, começou a carreira no Botafogo, mas logo tomou o rumo das Laranjeiras. Por acidente de destino, ele, Telê, e Ademir Menezes, morreram do mesmo mal: entupimento de uma das carótidas. Por coincidência, também fiquei amigo de Ademir (figuraça) quando trabalhei em O Dia. Ele lá tinha uma coluna mas nunca se lembrava de nada e me pedia para contar uma história dele (a redação era do competente Hideki Takisawa). Numa das vezes, mandei que ele contasse a história de colocar cebolas no prato de Heleno de Freitas na concentração do Vasco. Ele vibrou. Não preciso dizer que Heleno pegou o prato e o atirou na parede.

4 comentários:

Carlyle Barral disse...

Grande Mestre! Particularmente fiquei muito satisfeito com as camisas, em especial a listrada e a camisa de goleiro preta, que lembra o ilustríssimo Manga! Sendo assim, nada mais natural do que adquirir a minha rapidinho, antes que coloquem um outdoor de todo tamanho nela... ;D

Um grande abraço,
Carlyle

P.S.: Estou com um sentimento muito bom para esse ano. Sei não, acho que vem coisa boa pra nós por aí...

Chico da Kombi disse...

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FORÇA FOGÃO!

Ataque Mercosul neles!


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Ari Dias disse...

Grande Roberto, saudações alvi-negras. Gostei muito desse novo uniforme, finalmente diminuíram o tamanho do nome da fabricante, que no uniforme anterior rivalizava com a ESTRELA SOLITÁRIA(assim mesmo em caixa alta). As camisas dos goleiros também ficarm bonitas com um aspecto retrô.
Ari Dias, alvi-negro sempre.

Lilinho de Tininho disse...

Defensor do Uruguai, América do México, Universidad de Chile... KkKkkKKkkKKkkKKkkKkKkkkk...
Haja MICO!!!
O ÔBA-ÔBA, pela terceira vez, vai acabar em ÊPA-ÊPA!!!!
Na quinta-feira, o império do amorródia vai funcionar: La U 5x2 Beira da Lagoa, gols de Love e Adriano...

KkKkkKKkkKKkkKKkkKkKkkkk...