Finalmente, depois de tanto tempo, o Botafogo pôde colocar as mãos na taça de campeão carioca de 2010, numa solenidade à noite, depois de jogadores e dirigentes serem recebidos pela manhã no Palácio Guanabara pelo governador Sérgio Cabral Filho, vascaíno como o pai, meu colega de profissão. Infelizmente, em minha mais do que modesta opinião, a entrega do troféu não pôde ser presenciada pela torcida alvinegra, que só pôde comemorar no Maracanã a entrega das taças Guanabara e Rio após vencer o Clube da Beira da Lagoa na partida final. Agora é preparar o time para o difícil e gigantesco Campeonato Brasileiro, com viagens por nosso imenso país.
Como havia prometido, coloquei no ar, no quadro que apresento no programa ‘Loucos por Futebol’, da ESPN Brasil, a homenagem, numerológica apenas, que o time de 2010 prestou aos inesquecíveis campeões de 1910, que de tanto heroísmo entraram para o hino do clube, composto em 1949 pelo compositor e torcedor do América Lamartine Babo. E já acertei com a ESPN Brasil que, no próximo programa, dia 15 de maio (horário noturno), vou abordar os grandes duelos entre Santos e Botafogo, no final da década de 50 e durante toda a década de 60. Foi uma época que vivi intensamente, quando Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo enfrentavam Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Foram jogos inesquecíveis.
Eu me recordo de uma noite de três de janeiro de 1962, quando Botafogo e Santos fizeram no Maracanã o jogo da entrega das faixas de campeões de 1961. Pelo Santos, Mengálvio não pôde jogar e foi substituído por Lima. Pelo Glorioso, marcou a volta, após mais de ano, do artilheiro Quarentinha, contundido em 1960 numa excursão da Seleção Brasileira à Europa. Mesmo assim, Quarentinha só jogou o primeiro tempo, sendo substituído depois por China. Diante de uma multidão no Maracanã, o Botafogo venceu por 3 a 0 e Garrincha, por ter sido o melhor jogador do Campeonato Carioca de 1961, ganhou de presente um carro Simca Chambord.
O jogo foi numa noite de quarta-feira e saí de paletó e gravata do escritório de advocacia de meu pai (estava de férias da Faculdade Nacional de Direito) e fui de ônibus direto para o estádio. Pelo que me recordo, foi uma terrível dificuldade para pegar uma condução de volta para Laranjeiras, onde morava. Mas a alegria pela vitória sobre o esquadrão santista foi demais. Muitos anos depois, já como jornalista, fui obrigado a assistir pela televisão à decisão do Campeonato Brasileiro de 1995, já que era domingo e eu era editor-chefe da Tribuna da Imprensa. Os jogadores do Santos, certos da conquista do troféu, pintaram os cabelos de vermelho, mas o empate de 1 a 1 (gol de Túlio Maravilha) nos garantiu o título inédito na história do clube.
Na volta ao Rio, num avião da TAM – segundo me relatou Carlos Augusto Montenegro – veio gente até em pé. E o jato da TAM, por uma questão de segurança do comandante, parou no final da pista do Santos Dumont, tamanho era o número de torcedores aguardando a delegação. Mas a torcida estava tão eufórica que invadiu a pista e chegou a subir nas asas do jato, querendo ver os jogadores de qualquer maneira. Felizmente, tudo terminou bem e, como dizem por aí, entre mortos e feridos todos se salvaram. Na segunda-feira, a Tribuna da Imprensa publicou na primeira página uma charge de um peixe embrulhado numa folha de jornal. Uma glória.
(*) As coincidências numerológicas do leitor Stene Nílton (algumas impressionantes) virão no próximo blog. Uma delas, só para dar um toque sutil, fala do afundamento do Titanic, em 1912 (olha o 12 aí), que pertencia à companhia inglesa White Star (estrela branca). E em 1912 o Botafogo conquistou um título carioca por uma outra federação. Coincidências? Não sei. É muita coisa junta.
2 comentários:
É Roberto , neurológia pura.
Eu , estava no maraca na vitória e fiquei pensando ...
->21 anos depois o botafogo voltou a ser campeão em cima do urubu
->O camisa 13 Abreu e o Herrera 17( ao inves de usar o 17 é só usar 1+7 + 13 ->= 21. ( SOMA do numero das camisas dos jogadores).
-> Botafogo venceu por 2x1 = 21
-> Bruno teve duas chances de defender penaltis ( nao defendeu nenhuma) já Negro Jeff 1 e oq aconteceu todos sabem . Logo , 21 novamente.
-> Fabio ferreira camisa 4 sofreu o penalti que Herrera 17 cobrou = 2x1
Necessariamente, 21 É O NUMERO.
Saudações Alvinegras
O Botafogo e seu número mágico. Lembro-me dos comentários a respeito do gol do maurício em 1989. Na realidade eu nem deveria ter superstição, mas...
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