segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Estréia para não esquecer


Valdir Cardoso Lebrego (1933-1996), o Quarentinha, que aparece na foto acima entre Dino Sani e Pelé, com Dorval e Zagallo logo atrás, estreou no Botafogo em junho de 1954, na goleada histórica que o Botafogo aplicou no São Paulo Futebol Clube, em partida válida pelo antigo
Rio-São Paulo ( 5 x 1).
A foto é de mais uma disputa da Taça O’Higgins, contra o Chile, pela Seleção Brasileira, partida essa que terminou com o escasso placar de 1 a 0. Gol de quem? Exatamente dele, Quarentinha, o maior artilheiro do Botafogo.

Mas vamos voltar à estréia de Quarentinha pelo Botafogo, que jogou com a seguinte e curiosa formação: Gílson, Gérson e Geraldo Bulau (ex-São Cristóvão); Bob, Ruarinho e Juvenal; Garrincha, Quarentinha, Dino, Carlyle e Neivaldo.
Não me perguntem como esse time jogava, pois nele há cinco jogadores de frente, como o próprio Quarentinha e mais Dino da Costa e Carlyle Cardoso, este último tendo se consagrado no Fluminense.

Mas o que há de extraordinário nessa partida, assistida por um público apenas razoável no Maracanã?

Primeiro, a expulsão de Dino da Costa, jogador extremamente disciplinado, que teria trocado empurrões com Nílton De Sordi, do tricolor paulistano. Por fim, acreditem ou não, a expulsão de Carlyle pelo juiz chileno Juan Carlos Armenthal.
Qual a razão da expulsão de Carlyle? Pura e simplesmente por ter ofendido em altos brados o ainda iniciante Garrincha, que, como de hábito, por ser um sujeito tímido, baixou a cabeça.

Carlyle (1926-1982) era um jogador temperamental ao extremo. Dizem, os que lhe foram íntimos, que ele se achava uma nova versão de Heleno de Freitas (1920-1959). Outros não acreditam nisso. Um deles era Mauro Borja Lopes (1925-2004), o Borjalo, com quem trabalhei no Programa Haroldo de Andrade (1934-2008), na Rádio Globo. Borjalo simplesmente foi o autor intelectual do plim-plim da Rede Globo de Televisão. Chega?

Da mesa redonda de que participei, muitas vezes, conversava com Borjalo, que era botafoguense. E sabem vocês deste blog quem influenciou Borjalo a ser alvinegro? Simplesmente Carlyle Guimarães Cardoso, numa pequena cidade de Minas Gerais, onde os dois foram colegas de turma.

Quando Carlyle chegou ao Botafogo já estava se aproximando do ocaso de sua carreira. Mesmo assim, mantinha com os companheiros de ataque uma ascendência notável. Daí ter xingado Garrincha que, coitado, aos 21 anos, mal estava começando no clube.
Mas que a expulsão de Carlyle foi uma atitude única, isso foi. Não venham me dizer que não.
Há coisas que só acontecem ao Botafogo...Certo ou errado?

4 comentários:

Anônimo disse...

Ah, meu Mestre..quanto mais vivo mais aprendo e mais me encanto com suas histórias..
Um beijo
Malu

Anônimo disse...

Olá amigo Roberto Porto! É sempre uma alegria ler histórias do Carlyle em seu blog!

Um abraço,
Carlyle Barral (assim nomeado por causa do filósofo escocês Thomas Carlyle; apesar de, assim como o jogador, apresentar uma agenesia de orelha...pura coincidência! Acreditem se quiser!)

Malu Cabral disse...

Record!
Mais de sete MIL visitas em 24 dias de Blog, Roberto!
Que maravilha!
Beijo
Malu

Luiz Rogério disse...

Certo!
Roberto, mais uma história legal do Fogão, espero que um dia sejamos presenteados com um novo almanaque de contos botafoguenses.
Forte abraço.
Saudações Alvinegras!!!
Luiz Rogério