A foto que ilustra este blogspot é no mínimo curiosa. Vejamos: sentados no gramado de General Severiano estão Osvaldo Rossi, Paulo Valentim (1932-1984) e Valdir Cardoso Lebrego (1933-1996), o famoso Quarentinha.
Agachados, atrás, estão Garrincha (1933-1983) e Amarildo Silveira.
E eu pergunto: o que o brilhante ‘retratista’ (gíria para fotógrafo que usamos nas redações da vida) quis mostrar? Nada menos do que o ataque do Botafogo, para 1959, logo depois que Valdir Pereira (1928-2001), o Didi, cismou de jogar no Real Madri e o Glorioso o vendeu por apenas 80 mil dólares.
O suposto ataque deveria jogar com Garrincha, Rossi, Paulo Valentim, Amarildo e Quarentinha. Mas João Saldanha (1917-1990) cismou que Sandro Luciano Moreyra (1917-1987) estava querendo escalar o time e simplesmente escalou Tião Macalé no lugar de Rossi (que ainda seria titular no grande Cruzeiro de Belo Horizonte).
O Botafogo fez uma campanha razoável, mas não fosse a teimosia de João poderia até ter tomado o lugar do Fluminense, o campeão carioca do ano. Coisas do Botafogo, é óbvio.
O Botafogo – hoje de Maurício Assumpção – sempre foi mestre na arte de surpreender. Aliás, espero que Maurício acabe de vez com isso. Mas no início de 1957, por exemplo, Tomás Soares da Silva (1921-2002), o craque Zizinho, deixou o Bangu e estava sem clube.
Nílton dos Santos, então, com excelente visão de conjunto, procurou o dirigente Ademar Bebiano (1905-1984) e sugeriu que o Alvinegro contratasse Zizinho para formar um ataque infernal com Garrincha, Didi, Paulo Valentim, Zizinho e Quarentinha (Zagallo ainda era do chamado ‘Mais Querido’).
Sabem vocês, os mais jovens e alguns veteranos, o que Bebiano disse? Não? Pois anotem em seus caderninhos de ‘recuerdos’:
- Olha, Nílton, o Zizinho jamais vestirá a camisa do Botafogo. Em 1948, aqui em General Severiano, ele tentou chutar o Biriba...(Pode?).
Resultado: Zizinho foi para o São Paulo e foi campeão paulista.
Menos mal porque na temporada de 1957 o Botafogo também foi campeão carioca, demolindo o Fluminense na final, por 6 a 2, com um ataque formado por Garrincha, Didi, Paulo Valentim, Édson Praça Mauá (1935-1995) e Quarentinha.
No dia 22 de dezembro daquele ano (eu estava em meio ao time de water-polo do Fluminense, na cadeiras), João Saldanha escalou um meio-campo forte com Pampolini (1933-2007), Didi, Praça Mauá e Quarentinha. Na frente só ficaram Garrincha e Paulo Valentim.
(*) Gostaria de dar dois toques aos blogueiros: primeiro, agradecer a quantidade de elogios que venho recebendo, elogios aliás rigorosamente imerecidos pois me limito a escrever sobre meu clube do coração; segundo, a questão da citação de anos de nascimento e morte:
(*) Gostaria de dar dois toques aos blogueiros: primeiro, agradecer a quantidade de elogios que venho recebendo, elogios aliás rigorosamente imerecidos pois me limito a escrever sobre meu clube do coração; segundo, a questão da citação de anos de nascimento e morte:
os jovens leitores precisam saber a época em que os jogadores e dirigentes citados entraram para a história do Botafogo ou, simplesmente, nela esbarraram, como Zizinho. Ok?
5 comentários:
Seu blog é excelente.
Por favor, visite o meu:
http://www.lanceactivo.com.br/futebolpaixao/blog
Sds alvinegras
Roberto Porto,
Um povo que esquece seu passado não é povo.
O Brasil e os brasileiros sempre valorizaram pouco seus ídolos.
Nós somos dos poucos times do Mundo, que tinham tantos craques em campo quanto ´no jornalismo.
Vc é craque e por favor continue contando no seu Blog as histórias que poucos conhecem, e que ( tenho 52 anos ), muitos nem sabem que eram alguns de nossos craques.
Roberto Porto, fique tranqüilo, o torcedor botafoguense é diferente, reconhece seus ídolos, mesmo que não os tenha visto! É só ver como exemplo a torcida organizada pacífica 'Loucos pelo Botafogo' que tem um projeto de homenagear 50 verdadeiros ídolos, e não é só isso, são eles que demonstram seu amor pelo Botafogo além das arquibancadas. Neste momento estão cuidando de um glorioso patrimônio botafoguense, chamado General Severiano! De geração em geração a necessidade de ídolos vem aumentando, principalmente com a decadência do futebol carioca, portanto, todas essas 'lendas' jamais serão esquecidas!
Saudações Alvinegras!
Primeiro parabens pelo blog, o Botafogo é um clube de riquissima historia e o blog é uma chance de podermos conhece-las.
Agora uma dúvida.. qual era a importancia do rio-são paulo nos anos 60. Era mais importante que a taça Brasil... Era como um campeonato brasileiro ?
Roberto,
Na minha opinião acho ótimo você abrir parenteses para indicar o nascimento e falecimentos das pessoas citadas no blog, pois são informações importantes para situar o leitor onde os citados participaram na gloriosa história botafoguense.
* Em relação a história ligada a não contratação do Zizinho pelo Botafogo,desde que eu a li pela primeira vez no JS e conto as pessoas torcedoras do BFR e de outros clubes de menores expressões, as pessoas ficam chocadas e acabam achando engraçago, mas isso faz parte do rico folclóre botafoguense.
Um abraço.
Saudações Alvinegras!
Luiz Rogério
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